Temer deve ser cuidadoso ao rever programas sociais em ajuste fiscal, diz NYT

Temer deve ser cuidadoso ao rever programas sociais em ajuste fiscal, diz NYT

Jornal pede que presidente permita que as investigações sobre corrupção continuem

AE

NYT diz que Temer deve ser cuidadoso ao rever programas sociais em ajuste fiscal

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O jornal norte-americano The New York Times dedicou um editorial nesta quinta-feira para comentar o impeachment de Dilma Rousseff. O jornal recomenda que o presidente Michel Temer permita que as investigações sobre corrupção continuem e, mesmo com a necessidade de "cortes dolorosos" no País, seja cuidadoso ao repensar os programas sociais criados pelo PT e que levaram Dilma ao poder.

"Há passos concretos que o governo pode dar para começar a restaurar a fé dos brasileiros em sua elite política assolada por escândalos", ressalta o editorial, citando que Temer não deve atrapalhar as investigações sobre corrupção e deve rejeitar projetos que enfraqueçam os procuradores.

O NYT destaca que desde que Temer assumiu o cargo, em maio, a economia do Brasil "melhorou modestamente" em meio às expectativas do mercado por reformas, incluindo privatizações, e uma agenda de ajuste fiscal.

"Enquanto o equilíbrio do orçamento vai exigir cortes dolorosos, Temer deve ser judicioso ao reescalonar os programas sociais que deram popularidade ao Partido dos Trabalhadores", afirma o editorial. "Até que os brasileiros possam eleger um novo presidente em 2018, ele poderia honrar o processo democrático do País ao permanecer razoavelmente fiel em direção à plataforma que eles endossaram." Dilma Rousseff, destaca o editorial, classificou sua saída de golpe de seus opositores e o texto cita uma declaração da dirigente em que diz que uma "poderosa força conservadora e reacionária" está interrompendo o processo democrático no País. "Será uma vergonha se a história provar que ela está certa", afirma o texto.

O NYT ressalta, porém, que os eventos que provocaram a queda de Dilma "são mais complexos do que ela admite". O jornal destaca que a popularidade da presidente despencou com a recessão na economia e a dirigente não conseguiu criar uma coalização para governar.

O jornal menciona ainda que quando as investigações sobre corrupção chegaram ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma "abusou de sua autoridade" nomeando ele como ministro com o objetivo de proteger o ex-dirigente de um processo. O editorial destaca também que Dilma prometeu seguir lutando contra seus opositores e que a saída da presidente de cena marca o fim de 13 anos de uma "política transformadora" do PT, que reduziu a obreza do País, colocando milhões na classe média, mas perdeu o apoio com a crise econômica.

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