Temer e ministro da Justiça anunciam ações para conter violência contra mulher
Núcleo de Proteção ligado diretamente à pasta deve ser criado pelo governo
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"O Ministério da Justiça apontará fatos concretos e as medidas que serão tomadas no dia de hoje. Essa reunião pode funcionar como símbolo de que o País está preocupado com a violência contra a mulher. Todos estamos preocupados e vamos trabalhar em conjunto para ao menos minorar este mal que afeta a sociedade", declarou Temer.
Em rápido discurso, Temer relembrou ainda a criação da Delegacia da Mulher e de Crimes raciais quando era secretário de Segurança de São Paulo, nos anos 1980. "O simbolismo nos anos 80 foi muito importante, porque vimos uma diminuição da violência. E eu acredito que esta reunião pode funcionar como símbolo de que o País todo está preocupado com a violência contra a mulher", disse.
Em sua manifestação inicial, o ministro Alexandre de Moraes, que tem passagem pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, afirmou que algumas ações implementadas em solo paulista podem ser replicadas para outros estados. A reunião com representantes estaduais da pasta servirá para definir isso a partir de hoje.
"No cruzamento de dados que fizemos, encontramos uma dupla violência contra a mulher. Além da violência física, ela é humilhada e muitas vezes acaba matando o agressor. Outro dado que encontramos é que o filho também acaba se envolvendo e mata o próprio pai ou companheiro da mãe", explicou Alexandre de Moraes.
Alterações no policiamento e modificações legislativas
O ministro afirmou ainda que a intenção é modificar a forma de policiamento para estes casos específicos "Fizemos um estudo para alterar a forma de patrulhar. A não fiscalização acaba gerando o homicídio e a continuidade das agressões. Vou compartilhar tudo com os secretários e ouvirei sugestões. Será um trabalho em parceria e não por hierarquia", assegurou.
O ministro disse que a União pode firmar convênios específicos com Estados para o combate à violência em determinadas regiões, incluindo o aporte de dinheiro por parte do governo federal. Segundo Moraes, o Ministério da Justiça está preparando propostas de alterações legislativas, com mudanças na lei de execuções penais e também penas mais rigorosas para quem divulga imagens íntimas de mulheres na internet.