Temer fala em distribuição de senha para entrada de venezuelanos

Temer fala em distribuição de senha para entrada de venezuelanos

Com o sistema, no máximo 200 imigrantes entrariam por dia no Brasil

AE

Por dia, cerca de 700 venezuelanos atravessam a fronteira com o Brasil

publicidade

O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira que o Brasil poderá instituir um sistema de senhas para limitar a entrada de venezuelanos no Brasil. Em entrevista, Temer afirmou que atualmente entram de 600 a 700 pessoas por dia pela fronteira de Roraima e, com as senhas, entrariam entre 100 a 200 imigrantes por dia. De acordo com o presidente, a ideia das senhas é "organizar um pouco mais essas entradas", disse.

Nesta terça, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Sérgio Etchegoyen, informou que, do total de venezuelanos que ingressam diariamente no Brasil, cerca de 20% deles permanecem no país. O restante entra em território nacional para muitas vezes comprar suprimentos e retorna ao seu país.

• Não haverá fechamento de fronteiras, diz Etchegoyen sobre Roraima

Temer também afirmou que o governo federal está aumentando o processo de interiorização dos imigrantes que permanecem no Brasil, ou seja, está levando parte dessas pessoas para outros estados para diminuir a pressão sobre Roraima. O presidente, entretanto, não detalhou como será a implementação das senhas, quando elas começariam a ser usadas e também não explicou melhor sobre o processo de interiorização.

Na entrevista, Temer frisou que o pronunciamento feito na última terça por ele, quando anunciou a edição de um decreto convocando as Forças Armadas para agir em Roraima por duas semanas, foi "um pouco mais duro" em relação à Venezuela. "É inadmissível isso que está acontecendo lá. Ontem eu até disse que isso está colocando em desarmonia o próprio continente sul-americano. ... É preciso modificar o clima na Venezuela", afirmou.

Vinda dos venezuelanos não afetará os serviços de Canoas, garante prefeito

Na terça, Temer disse que é preciso buscar apoio com a comunidade internacional para se tomar "medidas diplomáticas firmes". O presidente também reiterou que o governo brasileiro ofereceu ajuda humanitária à Venezuela há cerca de um ano e meio mas o governo de Nicolás Maduro recusou a oferta. "E o governo recusa lá e os venezuelanos vem para cá. Claro que a nossa política é de acolher aqueles que entram no país, não só nossa política mas os tratados internacionais. Mas o ideal para nós é que eles recebessem lá a nossa ajuda humanitária e que lá eles pudessem permanecer", disse.

Temer afirmou ainda que a edição do decreto de Garantia da Lei e da Ordem e o repasse de recursos para Roraima visam mais do que auxiliar os imigrantes, também atender aos brasileiros que moram nesta região. "Estamos dando todo apoio aos venezuelanos, mas com vista a proteger os serviços estaduais que são prestados aos brasileiros".

• Os efeitos da crise migratória da Venezuela na América do Sul


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895