Terceira via será definida este ano, diz pré-candidato

Terceira via será definida este ano, diz pré-candidato

Recém-filiado ao Novo, Luiz Felipe d'Avila começou pelo Rio Grande do Sul a mobilização para disputar a presidência da República em 22

Mauren Xavier

Avila diz não haver ‘plano B’ na disputa presidencial e defende terceira via

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Recém-filiado ao partido Novo, o cientista político Luiz Felipe d’Avila começou nesta segunda-feira, pelo Rio Grande do Sul, um roteiro para apresentar a sua plataforma de pré-candidato à presidência da República em 2022. Neste contexto, Avila se coloca como um dos nomes que integram a chamada terceira via, que busca romper com a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Lula (PT), na disputa do próximo ano. Mesmo reconhecendo as dificuldades da terceira via, que sofre com as divisões, ele pondera que não há “plano B” para o país. 

Com a visível desfragmentação das candidaturas que se apresentam como terceira via, o cientista político pontua que uma definição sairá até o final deste ano, no máximo no início de 2022. Porém, ela não passa necessariamente por escolher um único nome, mas por elencar no máximo três, que formariam um. E, nesse rol, ele se coloca ao lado do ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro, que não está filiado a nenhum partido até o momento; e o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB), quem conhece desde que era prefeito de Pelotas. “Nós três conversamos bastantes. Nós temos esse espírito público, entendendo que para vencer a eleição é preciso ter um único nome”, pontua.

Porém, ele reconhece que a urgência é pela unificação em torno de um nome, caso contrário, pondera que os partidos chegarão em junho de 2022 com “vários candidatos e com poucos votos”. “Sabemos que se estivermos fragmentados (o centro) não teremos condições de vencer essa eleição”, ressalta. Parte dessa decisão, passa pela decisão das prévias do PSDB. No caso do ninho tucano, Avila tem experiência, uma vez que disputou com João Doria as prévias ao governo de São Paulo, em 2018. Sobre esse aspecto, diz ver Leite num movimento de crescimento muito forte. Mesmo assim, pontua o processo de disputa interno pode enganar. “É difícil fazer uma prévia tucana por causa do voto qualificado (categorias de filiados têm pontuação diferente). É um fator que complica um pouco.” As prévias tucanas para 22 estão marcadas para o final de novembro. 

Narrativa

Ainda em relação à terceira via, ele aponta a necessidade de construção de uma narrativa como um grande obstáculo. “O desafio é termos uma narrativa que fale com as pessoas. Para isso, precisamos ouvir as pessoas”, destaca. Nesta lógica, segundo ele, o discurso precisa ter unidade e fugir do populismo. “A política precisa fazer sentido na vida das pessoas. Precisamos mostrar a virtude da política, não o contrário”, ressalta. 

A um grupo de integrantes do Novo no Estado, que participou de um almoço, no Palácio do Comércio, no centro de Porto Alegre, ele ressaltou que é preciso buscar “todos os votos” possíveis, e que isso passa por “flexibilizações” e “alianças” com outros partidos. “Nessa campanha, vamos ter que quebrar vários paradigmas”, disse, provocando na sequência, que o partido consiga mostrar como o “liberalismo” pode encontrar melhores soluções para os problemas sociais. 

Fundador do Centro de Liderança Pública, Avila destaca que serão grandes os desafios do próximo governo. No âmbito nacional, ressaltou a combinação de crise política, econômica e social. “Precisamos resgatar a confiança (empresarial) e focar na retomada econômica”, cita. Defende ainda debate sobre os subsídios estatal. Segundo ele, é preciso que os valores estejam detalhados no Orçamentoe sejam debatidos. “Por que é camuflado?”, questiona. 

 


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