Teste de DNA confirma que restos mortais são de Jango

Teste de DNA confirma que restos mortais são de Jango

Exames que analisam suspeita de envenenamento podem demorar um ano

Samuel Vettori/Rádio Guaíba

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Ficou pronto, nesta quinta-feira, o teste de DNA que comprova que os restos mortais retirados do jazigo da família Goulart são mesmo do ex-presidente Jango. A demora no processo de exumação, na semana passada, foi justificada em função da incerteza sobre o local exato da urna.

No jazigo, há oito caixões das famílias de Jango e do ex-governador Leonel Brizola. De acordo com a viúva do ex-presidente Maria Thereza Goulart, o caixão do ex-presidente havia sido depositado à direita. Os peritos começaram os trabalhos neste setor, mas depois descobriram que a posição do esquife era à esquerda.

O laudo já foi escrito e assinado pela perícia. A partir de agora serão realizados os testes que podem identificar se o ex-presidente foi vítima de envenenamento ou morreu de problemas cardíacos, conforme versão oficial. O resultado pode demorar um ano para ser finalizado.

Na quinta-feira da semana passada, os restos mortais foram recebidos em Brasília. Jango recebeu honras de Chefe de Estado com a execução do Hino Nacional e salva de 21 tiros de canhão. A presidente Dilma Rousseff esteve o tempo todo ao lado da viúva de João Goulart, Maria Thereza Goulart. Os ex-presidentes Lula, José Sarney e Fernando Collor de Mello estiveram presentes na solenidade.

O retorno dos restos mortais do ex-líder trabalhista para São Borja está previsto para 6 de dezembro, data da morte dele em Mercedes, na Argentina.

Sessão anulada

Quase 50 anos após o golpe militar, o Congresso Nacional aprovou no início da madrugada desta quinta um projeto de resolução anulando a sessão do Poder Legislativo que declarou vaga a presidência da República e destituiu Jango do cargo. A matéria foi tratada pelos parlamentares como uma "reparação" e "desculpa" histórica à decisão do Parlamento que, entre a noite dos dias 1º para 2 de abril de 1964, retirou formalmente Goulart da chefia do Executivo e abriu caminho para institucionalizar a ditadura militar.


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