Teste de DNA confirma que restos mortais são de Jango
Exames que analisam suspeita de envenenamento podem demorar um ano
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No jazigo, há oito caixões das famílias de Jango e do ex-governador Leonel Brizola. De acordo com a viúva do ex-presidente Maria Thereza Goulart, o caixão do ex-presidente havia sido depositado à direita. Os peritos começaram os trabalhos neste setor, mas depois descobriram que a posição do esquife era à esquerda.
O laudo já foi escrito e assinado pela perícia. A partir de agora serão realizados os testes que podem identificar se o ex-presidente foi vítima de envenenamento ou morreu de problemas cardíacos, conforme versão oficial. O resultado pode demorar um ano para ser finalizado.
Na quinta-feira da semana passada, os restos mortais foram recebidos em Brasília. Jango recebeu honras de Chefe de Estado com a execução do Hino Nacional e salva de 21 tiros de canhão. A presidente Dilma Rousseff esteve o tempo todo ao lado da viúva de João Goulart, Maria Thereza Goulart. Os ex-presidentes Lula, José Sarney e Fernando Collor de Mello estiveram presentes na solenidade.
O retorno dos restos mortais do ex-líder trabalhista para São Borja está previsto para 6 de dezembro, data da morte dele em Mercedes, na Argentina.
Sessão anulada
Quase 50 anos após o golpe militar, o Congresso Nacional aprovou no início da madrugada desta quinta um projeto de resolução anulando a sessão do Poder Legislativo que declarou vaga a presidência da República e destituiu Jango do cargo. A matéria foi tratada pelos parlamentares como uma "reparação" e "desculpa" histórica à decisão do Parlamento que, entre a noite dos dias 1º para 2 de abril de 1964, retirou formalmente Goulart da chefia do Executivo e abriu caminho para institucionalizar a ditadura militar.