Tribunal italiano autoriza extradição de Pizzolato

Tribunal italiano autoriza extradição de Pizzolato

Defesa de condenado no mensalão vai recorrer ao Conselho de Estado

AE

Tribunal italiano autoriza extradição de Pizzolato

publicidade

O Tribunal Administrativo Regional do Lazio negou, nesta quinta-feira, o recurso apresentado pela defesa de Henrique Pizzolato, condenado no mensalão, e autorizou a extradição ao Brasil. A informação foi confirmada por Giuseppe Alvenzio, representante do Ministério da Justiça italiano. Agora, o caso volta ao Ministério da Justiça italiano, que vai fixar entre hoje e sexta-feira a nova data para a extradição do condenado. A partir daí, o governo brasileiro terá 20 dias para realizar a transferência. A defesa de Pizzolato já disse que vai recorrer ao Conselho de Estado - segunda instância - que deve analisar o novo recurso.

• Saiba mais sobre o caso Pizzolato

Em comunicado, o Tribunal Administrativo declarou que a decisão dos juízes foi tomada por não haver nada de ilógico ou errôneo na decisão do Ministro da Justiça Gabriel Orlando, que autorizava a extradição de Henrique Pizzolato ao Brasil. O tribunal também ressalta os compromissos assumidos entre ambos os países, que afirmam que Pizzolato ficará em uma ala especial da prisão de destinação e não juntamente com outros presos.

Segundo Giuseppe Alvenzio, representante do Ministério da Justiça italiano, o procedimento de extradição é de alto nível da administração e, portanto, o ministro da Justiça tem uma ampla margem de discricionariedade. O juiz administrativo pode examinar e julgar esse caso só se for arbitrário ou ilógico. Os poderes dele são limitados. Para Federico Mazzella, um dos advogados especialistas em direito administrativo contratado para a defesa de Pizzolato, as duas principais motivações da sentença são passíveis de recurso.

O ex-diretor do Banco do Brasil foi preso na Itália em fevereiro de 2014. Após 18 meses de processo judicial, teve sua extradição autorizada pelo governo de Matteo Renzi. A defesa de Pizzolato entrou com o recurso no mês passado. O Tribunal Administrativo de Roma - instância que permite aos cidadãos italianos questionarem decisões do governo, sem equivalentes no Estado brasileiro - concedeu liminar que suspendia temporariamente o retorno dele ao Brasil.

Novo recurso De acordo com o advogado contratado pelo governo brasileiro, a lei italiana prevê que ambas as partes possam questionar a decisão do Tribunal Administrativo Regional do Lazio e entrar com recurso no Conselho de Estado. Só então o caso teria uma solução definitiva. Mesmo assim, ele prevê uma resolução rápida: "Esse é um caso especial e delicado, que deve ser julgado em tempo breve, falamos de dois meses", avalia Gentiloni. Tanto o advogado de Pizzolato quanto o representante do Ministério da Justiça italiano já anunciaram que vão recorrer ao Conselho caso a decisão seja desfavorável.

O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi condenado pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Ele foi preso em 5 de fevereiro do ano passado em Maranello, uma pequena cidade no norte da Itália, onde um sobrinho tem residência.



Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895