"Tudo é possível", diz Zema sobre aliança com Leite em eleição de 2026

"Tudo é possível", diz Zema sobre aliança com Leite em eleição de 2026

Em visita ao RS, governador de MG falou sobre próxima eleição, permanência no Novo e avaliou governo Lula

Felipe Nabinger

Romeu Zema esteve na Rádio Guaíba antes de participar de painel com Eduardo Leite

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Em passagem por Porto Alegre, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), evitou colocar seu nome no rol de presidenciáveis para 2026, embora também não tenha descartado ao dizer preferir apoiar um nome do campo mais à direita. Elogiando a gestão de Eduardo Leite (PSDB) à frente do Piratini, uma eventual “dobradinha” com o tucano tampouco foi rechaçada pelo mineiro, apesar de ver definições como distantes e garantir foco em seu segundo mandato, bem como a permanência no Novo.

“Espero que nós da direita encontremos um bom nome, ao qual darei total apoio, assim como fiz com o ex-presidente (Jair Bolsonaro). Prefiro que tenhamos um nome. Se esse nome vier a ser eu, vamos ter de avaliar. Mas prefiro apoiar um terceiro. Não nego porque acho que o Brasil precisa de uma nova leva de gestores públicos, mas não faço nenhuma campanha e me nego a ser candidato. Meu foco é Minas Gerais”, afirmou ao Correio do Povo, após conceder entrevista à Rádio Guaíba.

Sobre Leite, que também evita projetar cenários para o próximo pleito ao Planalto – mas é um nome em potencial – Zema destacou alinhamento com o gaúcho e demais governadores do Sul e do Sudeste. “Falo que os governadores do Sul e Sudeste têm um alinhamento muito grande. Mas isso vai envolver partidos. Ele tem feito uma gestão responsável no Rio Grande do Sul, tanto é que foi reeleito, com toda certeza pode ser um nome a ser considerado sim.”

Quando questionado sobre a possibilidade de uma chapa majoritária com Leite, Zema não descartou. “Tudo é possível, mas isso está muito distante e vamos aguardar 2026 e recuperar as estradas esburacadas de MG primeiro”, disse, complementando que seu Estado, antes da sua primeira gestão, havia “se transformado em um cemitério de obras inacabadas”.

Zema e Leite participaram juntos de painel do Fórum da Liberdade, na PUCRS, nesta quinta-feira. Ele ainda estará nesta sexta-feira no Gramado Summit, na Serra Gaúcha, e, no sábado, palestra para empresários em Carlos Barbosa e Caxias do Sul.  

Lula “ressentido”

Sobre os primeiros 100 dias do governo Lula (PT), Zema, que diz manter uma relação republicana com o Planalto, analisa como “ressentido”, “lembrando muito do passado” e “que julga estar em 2003”.

“De lá para cá, o Brasil mudou muito e muita legislação foi aperfeiçoada para evitar mandos e desmandos como eles fizeram lá atrás. Então não vão conseguir fazer grandes lambanças, mesmo que queiram.”

O governador do MG garante estar “torcendo para que o Brasil avance”, mas lamenta não ser um governo reformista e com um pensamento definido por ele como “retrógrado”, ressaltando a importância da reforma tributária, que está em andamento, bem como reformas administrativa e política. 

Compromisso com o Novo

Cortejado por outros partidos, Romeu Zema estava acompanhado do deputado federal Marcel Van Hattem, do deputado estadual Felipe Camozzato, do vereador de Porto Alegre Tiago Albrecht e do candidato a governador na eleição passada, Ricardo Jobim, todos do Novo, demonstrando alinhamento com o diretório gaúcho do partido e negando saída da sigla.

“Eu sou Novo desde o início da minha carreira, continuarei no Novo e principalmente acredito na proposta do Novo. O partido teve problemas nos últimos dois anos, muitos tiveram problemas mais graves, mas somos um partido de propostas e não de oportunistas”, afirmou. 

O partido passou por mudanças que incluem o uso dos rendimentos do fundo partidário e uma maior flexibilização para coligações. “Na política você precisa ter aliados, caminhar com outras pessoas para ter um grupo que leve adiante suas propostas”, analisa Zema.

Na última campanha, nove partidos apoiaram a reeleição do governador de Minas, o que faz com que, diferente de sua primeira gestão, ele tenha ampla maioria na Assembleia Legislativa.

Quanto ao uso dos rendimentos do fundo partidário, que no caso do Novo, desde sua criação, chega a um montante próximo de R$ 100 milhões, o mineiro vê o partido agindo “dentro da legalidade”.

“Nossa posição continua a mesma. Achamos totalmente errado um país como o Brasil, carente de recursos, gastar grandes volumes em campanha eleitoral financiada pelo setor público. Vamos continuar combatendo isso, mas não vamos cair na ilusão que por condenarmos isso não façamos uso. Do contrário, nunca conseguiremos ir adiante com nossa proposta”, disse.


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