Uma coisa é ter vida acadêmica e outra coisa é ter o MEC, diz Onyx sobre Vélez

Uma coisa é ter vida acadêmica e outra coisa é ter o MEC, diz Onyx sobre Vélez

Ministro da Educação pode ser desligado hoje do cargo

Correio do Povo

Onyx Lorenzoni defendeu a Nova Previdência e acredita que projeto dará fôlego ao país

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Para esta segunda-feira ficou a decisão sobre o destino do ministro da Educação, Ricardo Vélez. Na última sexta, o presidente Jair Bolsonaro indicou que Vélez poderá ser desligado da pasta por conta das recentes crises. Questionado sobre como será o desfecho do assunto, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que a situação está sendo avaliada. 

"O presidente está avaliando. O ministro é um educador, um professor emérito, mas o presidente está fazendo as suas avaliações, assim como, às vezes, as pessoas perguntam porque determinado jogador não atuou neste ou naquele time. Na verdade, a gente tem que lembrar que uma coisa é ter vida acadêmica e outra é ter uma máquina pública e aparelhada como o Ministério da Educação e enfrentar isso", disse nesta segunda em entrevista ao programa Bom dia, da Rádio Guaíba.  

Previdência 

Ao falar sobre a Previdência, cujo parecer será apresentado nesta terça na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) pelo relator Marcelo Freitas (PSL-MG), Lorenzoni destacou que se recusa a falar o termo "reforma". "A potência fiscal da Nova Previdência, orçada em R$ 1 trilhão nos próximos 10 anos, ela tem que ser preservada. O professor Paulo Guedes e sua equipe técnica dizem que nós precisamos fazer o equilíbrio fiscal para combater o câncer do endividamento interno, porque se gastou mais do que se arrecadou em governos anteriores. Acharam que o caixa do Tesouro não tinha fundo e tem. Tenho zero gasto em cartão corporativo e não requisitei nenhum avião porque a ordem é economizar", argumentou.  

Lorenzoni também comentou que a resolução sobre a Lei Kandir, que aponta que o governo federal deve em torno de R$ 50 bilhões aos estados, está ligada à passagem da Nova Previdência. "Tem duas questões sobre isso. Tem esses recursos que quase todos os estados alegam e tem que haver uma decisão sobre a existência da lei ou não. Eu sou daqueles que, desde a época de parlamentar, defendo que a lei não tem mais sentido de existir. Acho que ela cumpriu um papel de busca de competitividade. Seria melhor não ter mais o diferimento da Lei Kandir, mas isso seria uma decisão no âmbito federativo. A outra coisa é, superada a Nova Previdência, nós já teríamos mais equilíbrio fiscal para o próximo ano. Estamos fazendo um esforço para zerar o déficit primário, que é de R$ 139 bilhões. Acontecendo isso, se abre o espaço fiscal para a gente tratar deste passivo", explicou. 

Pacote de Moro 

A existência de um novo programa de combate à criminalidade nos estados também foi abordada por Onyx Lorenzoni. Ele explicou que nesta quarta-feira irá conhecer os detalhes da iniciativa do ministro da Justiça, Sergio Moro. "Na sexta-feira, ele apresentou o projeto ao presidente Bolsonaro, mas, como eu estava com a agenda muito lotada, eu não pude acompanhar. Pelo que sei irá começar em cinco cidades do Nordeste, mas não sei quais são. Sei que é um programa com ações efetivas, lastreadas com iniciativas de inteligência e conjugadas com ações sociais. Foi feito com base nas ações na Colômbia que ajudaram a derrubar o narcotráfico naquele lugar", disse.   

Conforme Lorenzoni, a experiência colombiana criou um programa que incluía equipamentos de alta qualidade em zonas carentes, bibliotecas, videotexas e áreas de conexão com internet. "Eles trabalharam a auto-estima das comunicdades e houve uma mudança drástica, com o isolamento dos traficantes", completou o ministro. 

Para Lorenzoni, o pacote anticrime de Moro deve ser tratado com paciência e muito diálogo. "É um tema que tem apelo social, mas vai tramitar no tempo mínimo, que acredito que seja em torno de um ano. É possível que no primeiro semestre do próximo ano já esteja cumprido. O ministro (Sergio Moro) compreende que agora é o momento de buscar apoio para a Nova Previdência", relatou.  

 

 


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