Vereador de Porto Alegre é indiciado por violência política de gênero

Vereador de Porto Alegre é indiciado por violência política de gênero

Alexandre Bobadra teria afirmado a uma colega que ela sentia "tesão" por ele

Flávia Simões*

Caso será analisado pela justiça eleitoral

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O vereador de Porto Alegre, Alexandre Bobadra (PSL) foi indiciado pela Delegacia da Mulher pelo crime de violência política de gênero.  A denúncia partiu da vereadora Bruna Rodrigues (PCdoB), colega de Bobadra na Câmara, pelo incidente ocorrido em setembro de 2021. Na ocasião, além de impedi-la de falar durante a reunião de líderes, o vereador teria falado que Bruna tinha "tesão nele". 

Agora, o caso deverá ser analisado pela justiça eleitoral, uma vez que foi enquadrado no artigo 326-B do Código Eleitoral e, se entendido por crime, será encaminhado para o Ministério Público Eleitoral (MPRS), para apresentar ou não a denúncia. Se condenado, poderá ter uma pena de um a quatro anos de reclusão. Conforme as decisões perante a justiça, a defesa da vereadora deve entrar com uma nova denúncia na Câmara de Porto Alegre pedindo a cassação do mandato de Bobadra. 

À época do ocorrido, foi aberto um processo por infração ao código de ética da Casa, que foi arquivado com a justificativa de ausências de provas físicas. No entanto, Mateus Marques, advogado de Bruna, espera um entendimento diferente do Legislativo. "Ocorre que, agora, existe uma investigação concluída e o investigado está indiciado, sendo assim existem fatos novos que precisam ser novamente avaliados pela Comissão de Ética da Câmara de Vereadores. É inadmissível que a Câmara de Vereadores seja conivente com o comportamento adotado pelo parlamentar”. O advogado Guilherme Moraes também trabalha no caso.  

Em uma manifestação oficial sobre o ocorrido, Bobadra alegou ausência de provas que comprovem as denúncias feitas pela vereadora e informou que há dois registros de ocorrência contra Bruna, um por calúnia e injúria e o outro por agressão física. Além disso, segundo ele, a acusação seria "oportunista e injusta". 

Leia a manifestação na íntegra: 

Tenho dois registros de ocorrência contra a Vereadora Bruna do Partido Comunista, sendo: um de denunciação caluniosa e injúria e outro por agressão física.
A vereadora alega ter sido desrespeitada por mim e isso não é verdade. Ela sim (conforme vídeo em anexo) teve um comportamento inadequado numa reunião de líderes quando eu lhe pedi POSTURA e isso lhe causou muita raiva.

Além de ter dias filhas, trabalho há muitos anos na área da segurança pública, um espaço dominado historicamente pelos homens e sempre lutei pela igualdade de gênero e principalmente, garantir o respeito e os direitos das mulheres.

A acusação da vereadora é descabida porque não há nada, nenhuma filmagem, áudio ou testemunha que confirmem tamanho disparate, até porque o mesmo nunca existiu!
Não é de hoje que as esquerdas se utilizam de injúrias e calúnias para manipular a opinião pública quando lhe convém. Essa denúncia é o exemplo fiel dessa tática abominável - destruir a imagem dos oponentes e se vitimizar para mobilizar seu eleitorado. 

As acusações da vereadora, muito exaltada após ser repreendida durante a reunião de líderes por fazer xingamentos a todo o Parlamento, foi oportunista e injusta. 
Como vingança, foi sorrateira ao construiu uma narrativa desprezível a meu respeito durante uma sessão lotada por simpatizantes para acirrar ainda mais os ânimos e desviar o foco da discussão em questão sobre a desestatização da Carris e fim dos cobradores.

Tomamos as medidas cabíveis buscando reparação às acusações que ela tenta me imputar publicamente que atingem minha honra e dignidade. Ao termino do processo farei doação da indenização por danos morais para entidades carentes.

Não vamos nos curvar a esta polarização política que vem propagando o ódio e perdendo o respeito. Perseguição de baixo nível que já está passando dos limites ao deturpar valores básicos da convivência e respeito a todos que não compactuam com seus anseios de transformar o país e as pessoas de bem em inimigos, custe o que custar.

*Supervisão de Mauren Xavier


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