Vetos presidenciais trancam pauta de votação no Congresso, que não tem sessão prevista

Vetos presidenciais trancam pauta de votação no Congresso, que não tem sessão prevista

Ao todo, Congresso Nacional precisa analisar 25 vetos pendentes do presidente Jair Bolsonaro

R7

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Vinte e cinco vetos presidenciais aguardam a análise dos parlamentares e estão trancando a pauta de votação no Congresso Nacional. Ou seja, têm que ser votados antes de outros itens, como a PEC da Transição, — proposta pela equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) —, e o Orçamento Federal de 2023. No entanto, ainda não há previsão de quando será a próxima reunião do Congresso.

O veto mais antigo é o 46/2021, sobre crimes contra o Estado democrático de direito e criminalização das fake news. A lei foi sancionada em setembro de 2021 com diversos vetos do presidente Jair Bolsonaro (PL), inclusive com oposição ao capítulo sobre o direito à livre manifestação.

O trecho previa pena de prisão, de até 12 anos, para quem impedisse, mediante violência ou grave ameaça, manifestações pacíficas de partidos políticos, movimentos sociais ou grupos culturais e religiosos. Também foi vetado o trecho que aumentava a pena para militares envolvidos em crimes contra a democracia.

Outro veto que aguarda análise é o 52/2022 sobre pontos da Medida Provisória 1.116/2022, aprovada pela Câmara dos Deputados em agosto, e que prevê regras mais flexíveis de trabalho para as mulheres, além de medidas de apoio à volta ao trabalho após a licença-maternidade.

Bolsonaro vetou o trecho da MP que previa a possibilidade de formalizar as medidas por meio de acordo individual com os empregados "quando mais vantajosas à empregada ou empregado", ficando autorizada apenas a formalização por acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho.

Os parlamentares também devem analisar o veto do presidente ao despacho gratuito de bagagens em voos domésticos, o 30/2022. A lei foi sancionada em junho de 2021, mas o trecho foi vetado pelo chefe do Executivo, que alegou que a proposição "contraria o interesse público, tendo em vista que, na prática, aumentaria os custos dos serviços aéreos". Para a rejeição de um veto é necessária a maioria absoluta de votos, ou seja, pelo menos 257 votos de deputados e 41 votos de senadores.

PEC da Transição e Orçamento

A equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), corre contra o tempo para aprovar a PEC da Transição, matéria que prevê a liberação de verba acima do teto de gastos para poder financiar as promessas de campanha do petista, como o Auxílio Brasil de R$ 600.

O relator do Orçamento Federal 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), disse que a expectativa é votar a proposta até o dia 15 de dezembro. O texto deve ser apresentado nesta terça-feira (8) pelo vice-governador eleito, Geraldo Alckmin (PSB).


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