Vieira da Cunha aponta negociações emperradas sem condições de reajuste ao magistério

Vieira da Cunha aponta negociações emperradas sem condições de reajuste ao magistério

Cpers terá reunião com representantes da secretaria da Fazenda e ameaça com paralisação

Voltaire Porto / Rádio Guaíba

Cpers terá reunião com representantes da secretaria da Fazenda e ameaça com paralisação se não houver avanços

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Mesmo com o magistério em estado de greve há mais de dez dias, o governo estadual ainda não acenou com a possibilidade de reabrir o diálogo com a categoria. No dia da assembleia geral, que reuniu 3 mil professores, a Casa Civil se comprometeu com a abertura de uma mesa de negociações. As tratativas, porém, seguem paradas, conforme admitiu, nesta terça-feira,  o secretário da Educação, Vieira da Cunha. Ele reconheceu que há uma exigência do Cpers para dar largada às discussões, e foi enfático em informar que não há espaço financeiro para concessão de reajustes.

“Primeiro, o Cpers quer a presença de representantes da Fazenda na mesa de negociação. Eu acho justo e aguardamos esta resposta para começar a conversa. O meu diálogo é permanente junto à categoria, estando à disposição a qualquer hora, mas os professores querem a Fazenda. Compreendo a reivindicação do piso, ocorre que o Estado está vivendo uma situação financeira que nos impede de conceder qualquer reajuste salarial. Se o Rio Grande do Sul não consegue pagar em dia sua folha de pagamento, está claro que não há como darmos aumento”, enfatizou.

A vice-presidente do Cpers, Solange Carvalho, alertou que, além do secretário da Fazenda, o titular da Administração também deve participar da mesa de negociações e rebateu as afirmações de Vieira da Cunha. “Se ele está dizendo que não há como dar aumento porque o governo aceita uma mesa de negociação? Então, deste modo, nem precisa este movimento. Por isso, queremos estabelecer contato com o secretário da Fazenda, já que o da Educação sempre alega que não pode dar aumento porque a Fazenda é quem emperra”, avaliou.

Os professores exigem o cumprimento do piso nacional do magistério. Para isso, querem uma reposição de 69,44%, que corrija a defasagem salarial. A categoria admite ser flexível para negociar um calendário que parcele esse índice. Caso não haja avanços, a possibilidade é de greve geral, por tempo indeterminado, a partir de abril. De outro lado, o governo vê a categoria desmobilizada e estima que grande parte do magistério não tenha interesse na paralisação.

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