Visita de Alckmin ajuda a atenuar críticas sobre ausência de Lula no RS

Visita de Alckmin ajuda a atenuar críticas sobre ausência de Lula no RS

Deslocamento de comitiva com oito ministros para visitas às cidades atingidas pelas chuvas, anúncio de ações e novos recursos evidencia ajuste na forma de governo federal demonstrar seu envolvimento

Flavia Bemfica

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A visita do presidente em exercício Geraldo Alckmin (PSB) ao RS neste domingo, chefiando uma comitiva de oito ministros, entre eles titulares do Meio Ambiente e Mudança do Clima, da Saúde, do Desenvolvimento e Assistência Social, e da Defesa, explicitou a alteração promovida pelo governo federal na forma de mostrar seu envolvimento na resposta à catástrofe gerada pelas chuvas no Estado.

O deslocamento da comitiva, com reuniões e anúncios feitos em Lajeado, e visitas in loco às cidades de Roca Sales e Muçum, duas das mais atingidas, ocorre sete dias após o início das chuvas. E depois de ganharem corpo, ao longo da semana, questionamentos sobre o fato de o presidente Lula ter viajado à Índia para participar da 18ª cúpula de chefes de Estado e governo do G20, na quinta, sem antes visitar o RS.

As críticas começaram na oposição, mas acabaram se disseminando, na mesma velocidade em que era mensurado o tamanho da destruição e aumentava o número de mortos, que tende a chegar perto de 100 nos próximos dias. Alckmin anunciou no RS a criação de um comitê interministerial permanente para tratar do desastre no Estado, e a liberação de R$ 741 milhões em diferentes programas.

No final de semana, enquanto o pacote federal era finalizado em Brasília, na Índia Lula fazia mais uma menção ao RS e ao caos gerado pelo ciclone, usando a tragédia como exemplo da necessidade de ações que tratem das mudanças climáticas, em seu discurso no encerramento da cúpula do G20.

Neste domingo, durante encontro com prefeitos da região em Lajeado, após pedir um minuto de silêncio pelas vítimas, Alckmin deu início a sua manifestação citando Lula e reforçando que o governo federal se movimentou imediatamente depois do início das chuvas.

“O presidente Lula nos orientou para prioridade absoluta, prioridade máxima, nesta parceria com a população e com a região. Logo após a tragédia, já estiveram aqui o ministro Paulo Pimenta (da Secretaria de Comunicação Social da presidência) e o ministro Waldez (Góes, ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional).”

Coube justamente a Góes e ao gaúcho Pimenta a defesa expressa do presidente e da agilidade do governo federal em prestar socorro ao Estado. “Quero colocar aqui que, da parte do presidente Lula e do presidente Alckmin, houve uma absoluta prioridade do ponto de vista das nossas ações. Eu desconheço qualquer pleito encaminhado pelo governo do Estado ou pelas prefeituras que não tenha tido uma resposta imediata por parte do governo federal. E assim vamos trabalhar, por determinação do presidente Lula e orientação do presidente Geraldo Alckmin”, afirmou Pimenta, após fazer um breve histórico das ações tomadas.

Góes foi na mesma linha. “Há uma integração muito forte do governo federal, até para que a gente corresponda bem na relação com o governo estadual, as prefeituras e, obviamente, a sociedade. Essa sinergia tem acontecido porque é um princípio, uma orientação, do governo do presidente Lula. Hoje ele já ligou duas vezes, fala com o vice-presidente Alckmin, fala com o ministro Pimenta, ainda há pouco estávamos eu, o ministro Jader Filho e o ministro Pimenta falando com ele”, insistiu o ministro.

Enquanto Alckmin visitava o Estado, Lula assumiu na Índia a presidência simbólica do G20 (oficialmente, o país passa a presidir o bloco a partir de 1º de dezembro), participou do encerramento dos trabalhos e cumpriu agenda de encontros com líderes de outros países. Na volta ao Brasil ele deve ir a São Paulo e Minas Gerais para eventos de apresentação de obras do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).


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