Votação do relatório da CPMI da JBS fica para quarta-feira

Votação do relatório da CPMI da JBS fica para quarta-feira

Com prazo de encerramento previsto para 22 de dezembro, parlamentares debatem possível prorrogação por 60 dias

Agência Brasil

Com prazo de encerramento previsto para 22 de dezembro, parlamentares debatem possível prorrogação por 60 dias

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Depois de um intenso debate e da apresentação de um pedido de vista coletiva, que significa mais tempo para analisar a proposta, será votado nesta quarta-feira, às 9h30min, o relatório final  do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) sobre a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS.

Um grupo formado pelos deputados Delegado Francischini (SD-PR), João Gualberto (PSDB-BA) e Hugo Leal (PSB-RJ) e pelo senador Lasier Martins (PSD-RS) criticou as conclusões de Marun, que no documento pede o indiciamento de seis pessoas entre as quais o do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e seu ex-chefe de gabinete, o procurador Eduardo Pelella, por prevaricação, abuso de autoridade e pela Lei de Segurança Nacional, por incitação à subversão da ordem política.

Além do recuo no pedido de indiciamento dos procuradores, o grupo criticou outras recomendações feitas por Marun, que na próxima quinta-feira tomará posse como ministro da Secretaria de Governo, no lugar de Antonio Imbassahy.
"Ainda estamos dentro da trincheira na luta contra o indiciamento dos procuradores, inclusive do grande coordenador da Lava Jato, Rodrigo Janot, contra o relatório final querendo pautar Lei de Abuso de Autoridade , contra mudança radical na lei das delações premiadas", disse Francischini.

Ele acrescentou que o relatório de Marun traz ações que visam a uma vingança privada contra o Ministério Público e a Polícia Federal. "São leis que não acrescentam em nada", ressaltou. Os quatro parlamentares pretenden apresentar um voto em separado - voto divergente - conjunto. Para eles, não há comprovação de autoria e materialidade que justifique os indiciamentos propostos por Carlos Marun.

Outro deputado que fez críticas ao trabalho do relator foi João Gualberto (PSDB-BA). "Estou frustrado , decepcionado, triste, envergonhado. O objetivo dessa CPMI não foi outro a não ser acabar com a Operação Lava Jato através de uma legislação que reveja o instrumento da delação premiada, que o foi o mais importante para descobrir esses crimes. Para o relator, os criminosos no Brasil são a Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário, e não os corruptos e corruptores", afirmou.

Prorrogação

Com prazo de encerramento previsto para 22 de dezembro, os parlamentares chegaram a debater também uma possível
prorrogação da CPMI por até 60 dias. O presidente da comissão, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), ressaltou, porém, que a medida depende do recolhimento de assinaturas de um terço dos congressistas de cada Casa.

Ataídes chegou a dizer que também queria prorrogar os trabalhos, mas ressaltou que, depois que deputados começaram a querer ouvir políticos, percebeu que a medida não teria apoio. Mesmo assim, o senador Lasier Martins afirmou que, na sessão do Congresso marcada para a tarde desta terça-feira, vai se empenhar e recolher assinaturas com esse objetivo.

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