Wesley Batista afirma que não se arrepende de decidir colaborar com Justiça

Wesley Batista afirma que não se arrepende de decidir colaborar com Justiça

Segundo depoimento de empresário, processo de colaboração é imprevisível e inseguro

Agência Brasil

Wesley Batista afirma que não se arrepende de decidir colaborar com Justiça

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Em depoimento na manhã desta quarta-feira à Comissão Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, o empresário Wesley Batista, um dos proprietários da empresa, disse que não se arrepende de ter decidido colaborar com a Justiça
brasileira.  O empresário afirmou que o processo de colaboração com o Ministério Público Federal é "imprevisível e inseguro". "O que vejo neste momento são colaboradores sendo punidos e perseguidos pelas verdades que disseram. As delações dos últimos anos fizeram o país olhar no espelho", ressaltou, avaliando que os brasileiros não gostaram do que viram e, por isso, os delatores estão sendo punidos, presos, e os delatados estão soltos. Wesley reafirmou que acredita na Justiça brasileira e destacou que jamais descumpriu o acordo de delação celebrado com o Ministério Público.

Após essa introdução, Wesley Batista invocou a prerrogativa constitucional de permanecer calado - a exemplo do que fez o ex-diretor da J&F, Ricardo Saud - e segue sem responder às perguntas dos parlamentares. A CPMI da JBS ocorre em conjunto com a CPI do Senado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Essa última investiga irregularidades nos empréstimos concedidos pelo BNDES no âmbito do programa de globalização das companhias nacionais, em especial a linha de financiamento específica à internacionalização de empresas, a partir do ano de 1997.

Adiamento Wesley chegou ao Senado por volta de 8h30 acompanhado de policiais federais e advogados e ficou em uma sala reservada até ser chamado para depor. Os advogados do executivo chegaram a pedir à CPI o adiamento do depoimento dele na comissão, mas tiveram o pedido negado nesta terça-feira pelo presidente do colegiado, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO). A defesa de Wesley argumentou que ele deveria ter sido notificado do depoimento com antecedência, mesmo estando preso.

O empresário está sob custódia da Polícia Federal desde 13 de setembro, acusado de ter usado informações privilegiadas sobre a delação feita por ele, seu irmão Joesley e outros executivos do grupo para ganhar dinheiro no mercado financeiro. A CPMI da JBS foi criada para investigar irregularidades envolvendo as empresas JBS e J&F (holding que controla a JBS) em operações realizadas com o BNDES e sua subsidiária, BNDES Participações (BNDESPar), ocorridas entre 2007 e 2016. Os parlamentares também querem investigar os procedimentos do acordo de colaboração premiada entre o Ministério Público Federal e os acionistas das companhias.

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