Índice de Inflação dos Custos de Produção tem alta de 2,69% em maio no Rio Grande do Sul

Índice de Inflação dos Custos de Produção tem alta de 2,69% em maio no Rio Grande do Sul

Indicador calculado pela Farsul foi puxado pelos agroquímicos, como herbicidas e inseticidas

Maria Amélia Vargas

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Em maio, o Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP), calculado pela Assessoria Econômica da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), fechou o mês com crescimento de 2,69%  e o Índice de Inflação dos Preços Recebidos (IIPR) aumentou em 2,13%, na comparação com o mesmo período de 2021. 

Segundo a economista da entidade, Danielle Guimarães, os agroquímicos - principalmente herbicidas e inseticidas - e os adubos puxaram o crescimento nos custos. “Apesar de o Brasil estar conseguindo acessar a compra destes fertilizantes, ainda assim, todas as incertezas que existem no mercado internacional em função do conflito entre a Rússia e a Ucrânia acabou se refletindo no preço”, destaca. 

No acumulado no ano, o IICP ficou 10,39% maior do que o mesmo período do ano anterior. Em 12 meses, somou 44,67%. “Vale lembrar que, em 2021, este indicador acumulou uma inflação mais de 50%. Ou seja, estamos falando de um crescimento de quase 45% agora em cima de um ano que já foi de alta”, explica Danielle.   

Em relação ao IIPR, o levantamento mostra que os maiores incrementos foram observados no trigo, em um movimento sazonal por ser período de plantio, e na soja, refletindo a retomada da alta da taxa cambial no último mês. Em 12 meses, o indicador registrou alta de 7,31%.

Segundo a economista, os custos de produção vêm crescendo de forma mais acelerada do que os preços dos alimentos, estreitando as margens de lucro dos produtores. “A alta expressiva do IIPR ficou bem abaixo do que o índice de custos vem acumulando e também bem menos do que o IPCA de alimentos. Isso significa que, nos últimos 12 meses, o produtor aumentou os custos em 7,31% e ao consumidor o preço subiu 13, 5%. Isso comprova que o momento de inflação dos alimentos não é necessariamente reflexo do preço cobrado pelo produtor e sim fruto do período de inflação generalizada que o Brasil enfrenta em todos os setores”, finaliza a economista.


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