1º Fórum Nacional de Febre Aftosa debate participação do setor privado no Plano Estratégico do Pnefa

1º Fórum Nacional de Febre Aftosa debate participação do setor privado no Plano Estratégico do Pnefa

Evento está previsto para ocorrer a cada dois anos

Franceli Stefani

Primeiro Fórum do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa ocorreu na Expointer

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Semana que vem o Rio Grande do Sul recebe a auditoria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que vai analisar a mudança do status sanitário do Estado com relação a obrigatoriedade de vacinação contra a febre aftosa.

Com a presença de representantes de todos os estados brasileiros, o assunto foi apenas um dos que foram discutidos pelos cinco blocos que integram o Plano Estratégico 2017-2026 do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa), durante o 1º Fórum Nacional de Febre Aftosa, que lotou o auditório central do Parque de Exposições Assis Brasil, neste sexta-feira, na Expointer.

O tema principal do evento foi a participação do setor privado na implantação, execução e gestão do Plano Estratégico do Pnefa. Iniciado em 2017, ele tem o objetivo de criar e manter condições sustentáveis para garantir o status do Brasil como livre da febre aftosa e ampliar as zonas livres da doença sem vacinação.

De acordo com o médico veterinário e diretor do Departamento de Saúde Animal (DSA) da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa, Geraldo Matos de Morais, o evento está previsto para ocorrer a cada dois anos. “Esse foi o primeiro desde o lançamento do plano estratégico em 2017. O objetivo é avaliar até onde conseguimos avançar, discutir um pouco mais com a comunidade envolvida, trocar sugestões e experiências”, frisou. 

A chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, veterinária Rosane Collares, explicou que a importância dos fundos privados para apoio às atividades da defesa sanitária animal estiveram em evidência. “O foco foi fortalecer essas parcerias entre entes públicos e os fundos. Nós temos uma parceria fenomenal com o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), mas isso não ocorre em todo Brasil. Tem alguns que ainda precisam amadurecer.” 

Para o presidente do fundo, Rogério Kerber, que falou sobre os desafios do Pnefa e a parceria com os setor privado, o setor produtivo é protagonista do processo. “Quando falamos em sanidade, estamos falando em animais, então a primeira ação é devida por nós do setor produtivo”, afirmou. “Dentro desta linha, usamos nosso espaço para mostrar o que vem sendo feito para estimular a participação do produtor no sistema de defesa”.

Kerber disse que o trabalho é fundamental para ver a evolução de tudo o que é feito. “O Brasil teve em 2018 o reconhecimento de todo território como área livre de febre aftosa com vacinação, com exceção de Santa Catarina, que já é livre sem vacinação”, frisou. 

Rio Grande do Sul sem vacinação

Ao término dos eventos do 1º Fórum Nacional, foi apresentado um vídeo animado que tem o objetivo de conscientizar o produtor sobre a importância de notificar suspeitas de enfermidades ao serviço veterinário oficial. Conforme Rosane, esse foi o lançamento da campanha para mobilização para fomentar a atenção do pecuarista para quando não houver mais a obrigatoriedade da vacina contra a febre aftosa. “A vigilância precisa ficar alerta”, expressou. 

A avaliação do Mapa ocorre na próxima semana, de 2 a 6 de setembro, e emitirá um parecer sobre o serviço veterinário estadual em diversos itens. Eles variam desde os recursos humanos, físicos e financeiros, até  autoridade, capacidade técnica e operacional e interação com as partes interessadas - comunidade, médicos veterinários e instituições -, além da capacidade de certificação sanitária.

A previsão para o relatório preliminar é de 60 dias após a auditoria. “O Mapa exige para retirar a vacina uma nota 4, sendo que 5 é a excelência. Nós estamos bem mobilizados.”

Na última avaliação, em 2017, foram feitas 32 recomendações pelo Mapa. “Fizemos um plano de ação que é referência no Brasil. Trabalhamos e desmembramos em 63 ações, colocamos mais para contemplar os itens. Temos uma expectativa grande, já que a resposta vai dizer se adotamos o caminho certo.” O plano de ação tem pouco mais de um ano de trabalho.

O presidente do Fundesa está otimista. Em sua visão, a avaliação será positiva. Conforme ele, o setor que de imediato teria benefícios, seria o da suinocultura. “O volume de exportação de carne é alto e tem potencial de aumentar. Se o Estado conseguir sentar na mesa com países com Japão, Coreia do Sul, Filipinas, Chil  outros, vejo um futuro promissor”, comemorou.

Um dos principais destino das carnes, em geral, é a China, porém o Brasil só pode exportar para lá carne sem osso, por ser área livre com vacinação. “Se resolver isso passamos a ter acesso pleno aquele mercado.”


Correio do Povo
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