Abate de aves cai 5,5% no semestre

Abate de aves cai 5,5% no semestre

Diante do preço do milho, alguns frigoríficos reduzirem atividades para equilibrar custos

Danton Júnior

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Influenciado pela adequação das indústrias ao aumento de custos do setor, o abate de frangos do Rio Grande do Sul caiu 15,8% em junho, na comparação com maio, segundo levantamento da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) com base nas informações da Guia de Trânsito Animal (GTA). Isso significa que cerca de 40 mil toneladas deixaram de ser comercializadas no mês passado pelos frigoríficos do Estado. Na comparação entre os primeiros semestres do ano passado e deste, houve redução de 5,5% no número de aves abatidas, de 402 milhões para 380 milhões.

O maior motivo para o aumento de custos é o preço do milho, item que representa 70% na composição da ração  e registrou alta de 100% desde o ano passado. Diante deste cenário, algumas indústrias e cooperativas do setor decidiram frear a velocidade das operações. “Estamos buscando encontrar equilíbrio entre custos e produção na tentativa de garantir a manutenção das atividades”, revela o presidente executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, acrescentando que o setor não está conseguindo sustentar os prejuízos constantes.

Segundo Santos, o contexto é ainda pior  se considerados os efeitos da pandemia e a crise hídrica, que geraram aumentos nos preços de outros insumos utilizados, como embalagens, transportes e energia elétrica.

Diante do cenário, o executivo afirma que o repasse ao consumidor é inevitável, mas não será proporcional. “O impacto do custo foi muito maior que em situações anteriores, então essa reposição está acontecendo gradativamente”, explica.

Uma das alternativas à escassez de milho tem sido a importação do grão. Algumas empresas já estão buscando o cereal na Argentina, com preços inferiores a R$ 80,00 a saca. Também há a expectativa de incrementar o uso dos cereais de inverno e do arroz na alimentação animal.


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