Agricultores afetados pelas chuvas aguardam operacionalização de anúncios

Agricultores afetados pelas chuvas aguardam operacionalização de anúncios

Governo federal ainda não definiu como o produtor terá acesso aos R$ 125 milhões do Programa de Aquisição de Alimentos

Itamar Pelizzaro

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Os anúncios de recursos federais para enfrentar as perdas decorrentes das enchentes da semana ainda dependem de definições práticas. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aguarda orientações sobre como será a operação que envolve R$ 125 milhões do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), prometidos domingo pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin, durante visita a municípios do Vale do Taquari. Nesta segunda-feira, a instituição informou que aguardava agenda com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) para obter informações. No entanto, o encontro não ocorreu.

Entidades representativas da agricultura familiar também estão esperando  esclarecimentos. O presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf-RS), Douglas Cenci, espera uma diretriz para os próximos dias. “Espero que não demore, como de costume”, disse. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) também não tinha detalhes sobre a operação da Conab.

O governo estadual também anunciou recursos para os agricultores que sofreram prejuízos. O governador Eduardo Leite indicou que o Banrisul vai emprestar R$ 300 milhões, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), para financiamento de tratores, construção, reformas, máquinas, implementos, sistemas produtivos e infraestrutura, entre outros. As condições incluem prazo de até 10 anos, três anos de carência e taxas equalizadas.

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha da Assembleia Legislativa, Elton Weber, reforça que há urgência de recursos e linhas de crédito subsidiadas para medidas que permitam retomar o trabalho nas propriedades rurais, como reconstrução de galpões, compra de máquinas e implementos e reposição de animais. “Nós tivemos anúncios de forma global. Como isso atinge o produtor e chega lá na propriedade? Tem gente que não tem condições nem de recomeçar a produzir, que está endividado, que tem parcelas de financiamento vencendo e não tem nem mais produção”, lamenta. 


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