Agricultores ocupam prédio do Incra em Porto Alegre

Agricultores ocupam prédio do Incra em Porto Alegre

Categoria cobra do Ministério do Desenvolvimento Agrário resolução sobre financiamentos

Cleidi Pereira / Correio do Povo

Agricultores ocupam prédio do Incra em Porto Alegre

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Com o objetivo de pressionar o governo federal, cerca de 120 pequenos agricultores anteciparam o protesto previsto para amanhã e ocuparam, na noite desta terça-feira, o prédio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em Porto Alegre. No local, também fica a sede do Instituto Nacional Colonização Reforma Agrária (Incra).

Coordenados pela Fetag, os produtores não pretendem desocupar o local enquanto a União não cumprir e oficializar a promessa feita há um mês de prorrogar dívidas. “Queremos que o governo sinta que a situação está insustentável. O produtor não consegue nem financiar a safra”, disse o vice-presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva.

Amanhã, em Brasília, ocorre reunião do grupo de trabalho instituído para tratar do endividamento agrícola, que chega a R$ 8 bilhões no Brasil, sendo R$ 5 bilhões no RS. Para enfrentar o frio da noite chuvosa, uma roda de viola ao redor de um panelão de carreteiro era a receita dos agricultores.

Os protestos, que seguem nesta quarta-feira, devem mobilizar 500 trabalhadores rurais. Está prevista uma vigília na Praça da Matriz e em frente a órgãos ligados ao governo federal enquanto se desenrola, em Brasília, a segunda fase da negociação do endividamento com ministérios da Agricultura, da Fazenda e do Desenvolvimento Agrário, além da Casa Civil. A estratégia de pressão será o deslocamento do grupo para os prédios de ministérios onde a pauta trancar em Brasília.

Segundo Joel, a principal tarefa do encontro será demonstrar ao governo que os atrasos não foram motivados por descontrole financeiro ou baixa produtividade, mas clima adverso e crises de preço na última década. A proposta fechada em maio pelas entidades sindicais busca renegociar R$ 458 milhões vencidos ou em negociação junto ao Banco do Brasil com prorrogação por até 15 anos e 30% de desconto na parcela anual. Para os que mantiveram os contratos atuais em vigor, seria concedido abatimento de até R$ 12 mil do devido.

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