Agricultura familiar espera aprovação do PL de auxílio

Agricultura familiar espera aprovação do PL de auxílio

Texto que prevê medidas emergenciais para produtores prejudicados pela pandemia deve ser votado nesta semana pelos deputados federais

Danton Júnior

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Entidades que representam a agricultura familiar esperam que o projeto de lei (PL) 823/2021 seja votado nesta semana na Câmara dos Deputados. A iniciativa prevê ações emergenciais como forma de amparar o segmento em razão dos efeitos socioeconômicos da pandemia da Covid-19. O texto foi apresentado pelo deputado Pedro Uczai (SC) e tem como relator Zé Silva (MG). Na terça-feira, a Câmara aprovou o regime de urgência para a tramitação da proposta.

A proposta foi inspirada pelo PL 735/2020, que também tratava de medidas de amparo para agricultores familiares durante a pandemia e, apesar de aprovada pelo Congresso Nacional em agosto do ano passado, acabou vetada quase integralmente pelo presidente Jair Bolsonaro. Entre as medidas emergenciais previstas pelo projeto estão o fomento para trabalhadores rurais que estejam em situação de pobreza e extrema pobreza, benefício garantia-safra, instituição de linhas de crédito rural no âmbito do Pronaf, instituição do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) emergencial para a agricultura familiar e suspensão e prorrogação de dívidas, entre outros. A proposta estabelece que as medidas perdurem até 31 de dezembro de 2022.

Os representantes da agricultura familiar alegam que a pandemia trouxe grandes prejuízos ao setor em razão da queda no consumo de muitos alimentos e da suspensão das feiras, fonte de renda importante para as agroindústrias. Segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag/RS), Carlos Joel da Silva, o PL beneficia principalmente os pequenos agricultores, que não tiveram acesso ao auxílio-emergencial e passam por muitas dificuldades. Entre eles estão produtores de leite e de hortifrutigranjeiros. Muitos destes vendiam diretamente ao consumidor e viram o movimento cair desde 2020.

O vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch, afirma que as comunidades rurais também enfrentam a pandemia e que, mesmo assim, não pararam de produzir. Salienta, ainda, que muitos foram prejudicados por problemas na comercialização e também pela escassez de recursos no Pronaf.

Segundo Zé Silva, as medidas previstas no PL contemplam o protagonismo das mulheres no campo. O valor do fomento emergencial é de R$ 2,5 mil por unidade familiar e, no caso de mulher agricultora, de R$ 3 mil. “Espero que em breve tenhamos concretamente recursos e medidas transformadoras e estruturantes para a agricultura familiar”, defende o parlamentar. Caso seja aprovado pela Câmara, o texto vai ao Senado.


Correio do Povo
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