Agropecuária acende sinal de alerta por falta de insumos

Agropecuária acende sinal de alerta por falta de insumos

Entregas atrasadas e dificuldades para novas aquisições podem atrapalhar plantio da safra

Patrícia Feiten

publicidade

A falta de insumos para uso na lavoura acionou o sinal de alerta no agronegócio. Nesta semana, o assunto será discutido em dois eventos, em comissões do Senado e da Câmara dos Deputados, com a participação de entidades do setor. O problema é efeito dos gargalos logísticos causados pela pandemia de Covid-19 e do aumento da demanda mundial pelos produtos com a retomada da economia em muitos países.

Nesta quinta-feira, às 8h, uma reunião da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado abordará o tema. A proposta partiu do senador Zequinha Marinho, do Pará. No dia seguinte, às 9h, o problema volta a ser discutido em uma audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, sugerida pelo deputado gaúcho Jerônimo Goergen.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja-RS), Décio Teixeira, diz que a escassez ocorre em todas as regiões produtoras da oleaginosa no Estado. Segundo o dirigente, há relatos de atrasos nas entregas e de dificuldades para obter fertilizantes, dessecantes e o herbicida glifosato nas revendas. “Estes produtos já estavam pedidos e muitos já (foram) pagos”, observa.

Para o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro), Paulo Pires, não há risco de ocorrer um “apagão de insumos”, mas a possibilidade de desabastecimento traz preocupações para o plantio da próxima safra de trigo, em 2022. Um dos itens mais escassos, informa, é o cloreto de potássio, usado em fertilizantes. Pires diz que as cooperativas estão honrando as entregas já contratadas, mas admite que há cautela nas novas vendas devido à oferta limitada das indústrias.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895