Agrotóxicos e pragas ameaçam produção de mel

Agrotóxicos e pragas ameaçam produção de mel

Só neste ano já foram perdidas 2 mil colmeias no Vale do Jaguari

Camila Pessoa (sob supervisão de Elder Ogliari)

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Problemas como a estiagem, os agrotóxicos e pragas preocupam os produtores de mel neste primeiro trimestre de 2022 e fazem com que a expectativa anual de coleta seja inferior à do ano passado. O segundo secretário da diretoria e responsável pelo setor de contaminações da Federação Apícola do Rio Grande do Sul (Fargs), Adi José Pozzatto, diz que o problema dos agrotóxicos se intensificou nos últimos cinco anos. “As lavouras avançaram muito e vieram os pesticidas”, observa, sustentando que há ocorrências de uso de agrotóxicos em locais próximos às colmeias. 

Segundo Pozzatto, 3.600 colmeias foram perdidas só no Vale do Jaguari  devido à pulverização de inseticidas em 2021, o que equivale a 10% do total. Em 2022, até o momento, ocorreu o mesmo com mais de 2.000 colmeias  na região. De acordo com Pozzatto, a Fargs está trabalhando para contabilizar os números de todo o Estado. O secretário estima que a oferta do mel pode cair de 30% a 40% por fatores como a mortandade de abelhas e  reflexos da estiagem para as colmeias.

Os produtores também se mostram apreensivos com o aumento da contaminação da varroa, ácaro que infesta as colmeias e pode causar mortandade de abelhas, e a possível chegada do besouro aethina tumida, que alimenta-se do mel e pólen. “Onde tinha essa infestação de varroa baixou muito a produção; agora esse besouro, se vier, é uma catástrofe para a apicultura gaúcha e para a fruticultura também”, avalia o secretário executivo da Fargs, Patric Arend Lüderitz.

Diante disso, a Fargs pede que os produtores sigam os protocolos da Guia de Transporte Animal quando deslocarem abelhas e alertem a entidade caso haja qualquer suspeita de contaminação.


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