Ainda mais área para o trigo gaúcho em 2023

Ainda mais área para o trigo gaúcho em 2023

Biotrigo, que lança novas variedades do grão na Expodireto Cotrijal, prevê que novo ciclo de estiagem na safra de verão vai motivar produtor a plantar mais para garantir "pagamento de contas"

Nereida Vergara

Rendimento do trigo no Rio Grande do Sul, em 2022, foi de quase 6 milhões de toneladas

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A cultura do trigo tem nesta quarta feira um dia especial na Expodireto Cotrijal. Será lançado à tarde o ensaio 2022 de cultivares do grão, estudo feito anualmente pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e a Federação Pró- Sementes, e também realizado o Fórum Estadual do Trigo, no auditório central do parque. Um dos principais centros de pesquisa do cultivo no Estado, a Biotrigo traça mais um ciclo de sucesso para o produtor gaúcho que investe no plantio do grão. 

No ano passado, a área plantada com o grão no Estado ultrapassou os 1,4 milhão de hectares, que resultaram numa colheita histórica, próxima dos 6 milhões de toneladas. O produtor que investiu na cultura conseguiu, com as boas condições de mercado, preço e um corredor de exportação seguro, vencer as contas da propriedade mesmo com os prejuízos decorrentes da safra de verão 2021/2022. Tal combinação, segundo o gerente comercial da Biotrigo para a América Latina, Fernando Michel Wagner, permite projetar que a área plantada em 2023 vai aumentar. "Com a repetição do quadro de estiagem nas culturas de verão, o trigo é a esperança de liquidez para o produtor", observou.

Wagner salientou que a triticultura vive um momento que poderia ser chamado até de utópico, com cotação valorizada (conforme a Emater/RS, a saca de 60 quilos foi vendida na última semana entre R$ 76,00 e R$ 80,00), muitas frentes de colocação do produto (trigo moageiro, alimentação animal e etanol) e a possibilidade de exportação de até 2 milhões de toneladas de grãos em 2023, tendo em vista os problemas registrados com o trigo argentino e do Paraná. De acordo com o executivo, o trigo gaúcho deu um salto de qualidade que assegura a comercialização e a rentabilidade ao produtor, diferentemente do que ocorreu em meados dos anos 2000, quando as cotações foram muito depreciadas.

Nesta edição da Expodireto, a empresa apresenta cultivares que impulsionam ainda mais este cenário de crescimento. A Biotrigo lança na feira a BSEtanol8, variedade de grão com mais amido, destinada exclusivamente para a produção do biocombustível, que estará disponível para plantio a partir do ano que vem. Apresenta também os mix XFront (para pastejo, com possibilidade de plantio a partir de fevereiro) e XBio Fusão (tolerante tanto ao estresse hídrico quanto ao excesso de umidade, condições ligadas, respectivamente, aos fenômenos La Niña e El Niño).

 

 


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