Alta de 20,6% no preço mínimo da uva ao produtor preocupa indústria

Alta de 20,6% no preço mínimo da uva ao produtor preocupa indústria

Decisão alivia bolso do viticultor, mas pega vinícolas com altos estoques de passagem e queda de 12,7% nas vendas de vinho de mesa até outubro

Camila Pessôa

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 O Conselho Monetário Nacional (CMN) reajustou o preço mínimo da uva industrial em 20,61% para a safra 2022/2023 nos estados das regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Conforme a Portaria 522, publicada sexta-feira pelo Ministério da Agricultura (Mapa) no Diário Oficial da União (DOU), o valor mínimo de R$ 1,58 pelo quilo da fruta - ante atual R$ 1,31/kg -, valerá entre 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2023. 

A mudança impacta basicamente o processo de compra e venda da uva Americana. A variedade, que responde praticamente por 75% da produção gaúcha da fruta é matéria-prima para a fabricação do vinho de mesa. Por esse motivo, o presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), Daniel Panizzi, discorda do percentual praticado. Com estoque de passagen remanescente de 350 milhões de litros da bebida, o dirigente salienta que, até outubro, as vendas do vinho de mesa de Americanas acumulou 12,76%. “O reajuste teria que ser menor. Visto a queda nas vendas, fica complicado aumentar os preços!”, afirma.

Já entre os produtores a decisão foi comemorada, especialmente após um ano de grandes elevações nos custos de produção. “A gente recebe até com satisfação esse número, porque foi uma conquista muito importante”, comenta o presidente da Comissão Interestadual da Uva, Cedenir Postal. Segundo ele, a soliciação era que o preço mínimo cobrisse, pelo menos os custos de produção, calculados em R$ 1,61/kg. As maiores altas foram verificadas nos defensivos, fertilizantes e combustíveis”, diz. Postal lembra também que é esperada uma safra menor de uva para este ano devido a questões climáticas.

 

 

 


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