Angus vende mais cortes e prevê novas conquistas

Apesar dos solavancos da economia brasileira e da retração do consumo de carnes bovinas no mercado interno, as ações voltadas à produção de carne de alta qualidade no país fazem um balanço positivo de 2021. Ao mesmo tempo, entidades responsáveis por programas de carne certificada projetam ampliação do número de frigoríficos participantes e aumento das exportações em 2022.

Promovido pela Associação Brasileira de Angus, o programa Carne Angus Certificada registrou de janeiro a novembro de 2021 seu melhor índice de certificação desde o início do projeto, em 2003 – a cada cem animais abatidos no período, 74 foram obtiveram a aprovação. Houve também um crescimento de 12% no volume produzido, que chegou a 27 mil toneladas de carne. “Os sistemas produtivos vêm respondendo, e a gente está conseguindo comercializar mais cortes com o selo de certificação”, avalia a gerente nacional do programa, Ana Doralina Menezes.

Mesmo com a suspensão temporária dos embarques para a China, foram destinadas ao mercado externo 692,4 toneladas de carne Angus certificada de janeiro a novembro do ano passado, um avanço de 26,8% sobre o resultado do mesmo período de 2020. “Com o retorno da China e as negociações que tivemos (com outros países, durante o embargo chinês), para 2022 a gente vai ter novas conquistas”, prevê Ana Doralina.

Carne Pampa começa a exportar

Pioneiro no país, o Carne Pampa, programa da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB) somou mais de 40 mil animais certificados em 2021 – um crescimento acumulado de 9% desde 2020, segundo o gerente do programa, Felipe Azambuja. 

Entre os marcos do ano que terminou, Azambuja destaca o aumento do número de indústrias habilitadas, que, com o Frigorífico Frispar, de Marmeleiro, no Paraná, passou a ser de seis empresas. Ampliar ainda mais esse grupo será o foco do programa em 2022, diz o gerente do programa.

Em 2021, o Carne Pampa também comemorou o primeiro embarque de produto certificado para o Oriente Médio. Segundo Azambuja, os importadores fizeram pedidos de qualidades diferentes, para conhecer a carne e, a partir desse conhecimento, focar num produto específico. “Foi uma exportação para abrir mercado”, analisa o gerente, prevendo que os negócios ganhem força neste ano.

Devon somará frigorífico no RS

No programa Carne Devon Certificada, uma das metas da Associação Brasileira de Criadores de Devon (ABCD) para 2022 é a habilitação de um frigorífico no Rio Grande do Sul, na região do seu Núcleo dos Campos de Cima da Serra, em André da Rocha. Até o momento, todos os abates ocorrem no Frigorífico São João, no município catarinense de São João do Itaperiú. 

“(Será) uma planta pequena, mas que atende ao padrão do Devon no Estado”, adianta a presidente da ABCD, Simone Bianchini.

Como um fator favorável ao crescimento em 2022, Simone cita o recente registro da raça sintética Bravon – resultado do cruzamento de animais Devon com zebuínos de corte – pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Está começando a crescer o interesse dos investidores na raça Devon”, avalia a presidente da ABCD.