Argentina e Uruguai também sofrem perdas

Argentina e Uruguai também sofrem perdas

A BCR reduziu projeções

Patrícia Feiten

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A estiagem que traz prejuízos às lavouras gaúchas também ameaça a produção agropecuária de países vizinhos. Na Argentina, as chuvas recentes trouxeram alento à safra de soja e milho, mas não foram suficientes para reverter as perdas já esperadas para os dois principais cultivos do país, que desde a metade de dezembro vinham sofrendo com o estresse hídrico e altas temperaturas.

A situação levou a Bolsa de Comércio de Rosário (BCR) a reduzir em 8 milhões de toneladas e 5 milhões de toneladas, respectivamente, as suas projeções para a produção de milho e soja até o momento, o que sinaliza um prejuízo de 2,926 bilhões de dólares para os produtores rurais.

Entre as regiões produtoras, as províncias de Santa Fé, Córdoba, Entre Ríos e Misiones declararam emergência agropecuária, e o Ministério da Agricultura, Pesca e Pecuária argentino estuda ampliar o Fundo Nacional de Mitigação de Emergências e Desastres Agrícolas, que hoje é de 500 milhões de pesos (R$ 26 milhões), para auxílio aos agricultores.

No Uruguai, o Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca ampliou a área declarada como zona de emergência agrícola a 10 milhões de hectares, o que abrange 16 dos 19 departamentos do país. Com a medida, anunciada no dia 18, o governo estendeu o status de emergência à avicultura, após uma forte onda de calor causar a morte de cerca de 400.000 frangos em granjas de todo o país – o equivalente a 10% na produção do setor – entre os dias 13 e 15 de janeiro. A mortandade representará um prejuízo de 1,5 milhão de dólares para os produtores, de acordo com a Associação dos Produtores de Aves Sul (Apas). Desde dezembro, as temperaturas acima de 40ºC também vêm favorecendo a ocorrência de incêndios florestais pelo país.


Correio do Povo
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