Arroz: colheita chega a 33% da área e mostra queda na produção

Arroz: colheita chega a 33% da área e mostra queda na produção

O total semeado na safra 2021/2022 foi de 957.185 hectares

Patrícia Feiten

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A colheita do arroz já alcança 321.528 hectares no Estado, o que corresponde a 33% da área de cultivo do grão, de acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). O total semeado na safra 2021/2022 foi de 957.185 hectares. A região mais afetada pelos estragos da estiagem é a Fronteira Oeste, onde os agricultores estão colhendo em média 8.013 quilos por hectare, ante a produtividade de 9.129 quilos por hectare do ciclo anterior. Os dados foram coletados pelo Irga até o dia 18 de março.

Segundo a diretora técnica da autarquia, Flávia Tomita, o ritmo da colheita está dentro da normalidade, mas, em razão da falta de água e das altas temperaturas nos últimos meses, há perdas na qualidade da produção. “Tem se observado a diminuição de grãos inteiros e há um excesso de espiguetas estéreis (grãos chochos)”, relata Flávia.

O presidente da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, observa que a queda da produtividade reflete danos da estiagem e também o abandono de áreas agrícolas. Nas regiões da Fronteira Oeste e Central, por exemplo, essas lavouras abandonadas somam 32.500 hectares e 3.850 hectares, respectivamente. 
Refletindo a expectativa de safra reduzida, os preços do arroz vêm reagindo nas últimas semanas. Hoje, a saca de 50 quilos do grão é negociada a R$ 76 no Estado. “A produção menor no Rio Grande do Sul é um sinalizador de que teremos um ajuste na oferta e demanda”, avalia Velho.

Na Fronteira Oeste, até a semana passada as colheitadeiras já haviam concluído os trabalhos em 54% das lavouras – no município de Uruguaiana, o percentual já chega a 65%, segundo o presidente da Associação dos Arrozeiros de Uruguaiana, Roberto Fagundes Ghigino. Na faixa já colhida, as perdas de produtividade ficam em 12% a 15%, sem considerar as áreas abandonadas. “Os produtores tiveram de sacrificar uma parte da lavoura para poder salvar outra”, diz Ghigino.


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