Arrozeiros gaúchos pedem prorrogação de dívidas

Arrozeiros gaúchos pedem prorrogação de dívidas

Produtores de dezenas de cidades realizam mobilização no dia de hoje

Grasiela Duarte / Correio do Povo

Em Restinga Seca, trabalhadores se reuniram no Centro de Eventos

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Produtores de arroz de dezenas de municípios gaúchos se reuniram para entregar propostas de solicitação de renegociação de dívidas a gerentes de agências bancárias nesta terça-feira. O setor, que acumula desde o ciclo 2004/05 R$ 3,1 bilhões em dívidas, quer chamar a atenção do governo para a necessidade de uma repactuação. Segundo o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Renato Rocha, 1,5 mil produtores devem fazer o pedido até o final do dia. Ele acompanhou a mobilização em Dom Pedrito e disse que os bancos estão receptivos.

Em Restinga Seca, onde deve ocorrer a maior mobilização, até o final da manhã 150 produtores haviam entregue a carta de renegociação. O município enfrenta dificuldades desde o ciclo 2009/10 devido a enchente, na 2010/11 preços depreciados e 2011/12 prejuízos causados pela seca. Segundo o presidente da Associação dos Arrozeiros do município, Cláudio Possebon, os gerentes do Banco do Brasil e do Sicredi se reuniram com os produtores no Centro de Eventos para receber os pedidos e dar os esclarecimentos necessários. "Os bancos estão receptivos, mas para o produtor é complicado poder prorrogar somente por um ano, há três anos estamos fazendo isso. Precisamos de uma solução definitiva", disse.

Em São Borja, que planta 50 mil hectares da cultura, orientados pela associação local, os produtores também entregaram cartas. A alegação é que há três anos o setor orizícola acumula dívidas e tem vendido o produto por cotações defasadas. A meta é que, com apoio político no Congresso, o governo federal e os bancos aprovem mecanismos de socorro ao setor, segundo Pablo Muniz da Silva, uma das lideranças na cidade. A preocupação aumenta porque, além das dívidas, a região teve safra frustrada de soja e os produtores estão descapitalizados para a compra de insumos. As cartas serão encaminhadas ao Banco do Brasil, Banrisul, Sicredi, além de instituições privadas como Bradesco e Santander.

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