Associados da Languiru aprovam negociação com chineses
Grupo asiático ITG Tianjiao-TJJT, que atua no ramo de alimentação, manifestou interesse em adquirir parte das operações da cooperativa, que passa por reestruturação
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Em assembleia que reuniu cerca de 750 associados nesta quinta-feira (30), a Cooperativa Languiru, de Teutônia, aprovou a continuidade das negociações com o grupo chinês ITG Tianjiao-TJJT. Com dívidas estimadas em torno de R$ 780 milhões em bancos e fundos de investimento, a organização gaúcha vem passando por um plano de reestruturação e aposta na parceria com as empresas asiáticas para estancar os prejuízos registrados em suas operações de suinocultura e avicultura nos dois últimos anos.
De acordo com comunicado divulgado pela Languiru, os investidores chineses deverão enviar uma equipe ao Brasil para um processo de inspeção e avaliação, que será acompanhado pelo Conselho de Administração e pelo Conselho Fiscal da cooperativa, além de comissões escolhidas pelos associados. O grupo asiático, que atua no ramo de alimentação, manifestou interesse em adquirir parte das operações da Languiru. A negociação prevê que as duas partes constituam uma joint venture, mas os percentuais de participação de cada uma dependem da análise a ser realizada. Se concretizado, o acordo contemplará os segmentos de carnes (de aves, suínos e bovinos de corte) e nutrição animal da Languiru.
“Os associados são donos da cooperativa. A decisão tomada em assembleia geral ordinária é a alternativa para que a Languiru consiga superar esse momento de extrema dificuldade, para a continuidade, também, das atividades nas propriedades rurais dos associados”, disse o presidente Dirceu Bayer, de acordo com o comunicado. Segundo o executivo, a negociação com os chineses é a mais adiantada e a melhor opção de parceria apresentada à organização até o momento.
Em 2022, a Languiru obteve uma receita bruta de R$ 2,765 bilhões, com crescimento de 21,8% frente ao ano anterior. O segmento de aves representou 30,08% do faturamento, enquanto os de leite e suínos tiveram participação de 20,45% e 19,44%, respectivamente. O restante veio das operações de supermercados, rações, lojas Agrocenter, postos de combustível, bovinos de corte e farmácias. No ano passado, a cooperativa investiu R$ 82,5 milhões, principalmente na infraestrutura das unidades industriais.