Baixo consumo impacta preços do boi gordo no RS

Baixo consumo impacta preços do boi gordo no RS

Cotação registrou queda na última semana, influenciada também pela melhoria na oferta, enquanto ociosidade nos frigoríficos está em alta

Nereida Vergara

Segundo o Sicadergs, número de abates caiu 33% desde o 1º trimestre

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A melhora na oferta de boi, com a aproximação do final da entressafra, já pode ser notada com a ligeira queda no preço do quilo vivo, aquecido em praticamente todo o primeiro semestre. De acordo com a pesquisa semanal feita pelo Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (NESPro) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), em julho, no dia 21, o quilo vivo do boi atingiu R$ 12,50. Na semana passada, em levantamento do dia 4 de agosto, o preço já havia caído para R$ 11,00.

O movimento, segundo o coordenador do NESPro, Júlio Barcellos, é normal para a época do ano e deve se manter até meados de setembro, quando há uma reação natural do mercado em direção ao final de ano, reforçada pela retomada gradual da economia e pelo aumento da mobilidade do consumidor com o avanço da vacinação contra o Covid-19. “Neste momento, o que está realmente impedindo que o preço pago ao produtor aumente é o consumo muito baixo”, complementa Barcellos. 

A queda no consumo é sentida de forma direta no número de abates nos frigoríficos do Rio Grande do Sul. O presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados (Sicadergs), Ronei Lauxen, afirma que a capacidade de abate das empresas gaúchas do segmento é de 11 mil cabeças/dia. Segundo ele, ao longo do primeiro trimestre ficou por volta das 9 mil cabeças/dia e agora está em 6 mil. Lauxen observa que há pelo menos três meses o preço da carne bovina não aumenta para o varejo e adianta que o setor estuda inclusive uma forma de deflacionar alguns valores para melhorar o consumo. “Mas ainda não temos como dizer de quanto vai ser essa diminuição”, ressalva. 


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