Be8 confirma intenção de investir até R$ 1,5 bilhão em esmagadora de soja no Paraná

Be8 confirma intenção de investir até R$ 1,5 bilhão em esmagadora de soja no Paraná

Nova planta com capacidade de processamento de 5 mil toneladas por dia será em Marialva (PR), onde a empresa já produz biodiesel e ampliou capacidade instalada para 540 milhões de litros por ano

Correio do Povo

Presidente Be8, Erasmo Carlos Battistella (centro da foto), assinou protocolo de intenções com prefeito de Marialva, Victor Martini (à esquerda), e secretário da Indústria do Paraná, Ricardo Barros (à direita), prestigiado pelo presidente do Conselho da Be8, Francisco Turra, e diretores da empresa

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A Be8 e o governo do Paraná assinaram de forma digital, na quarta-feira, um protocolo de intenções para viabilizar investimentos em uma esmagadora de soja em Marialva, onde a empresa já tem uma unidade de produção de biodiesel. A nova planta terá capacidade de processamento de 5 mil toneladas por dia de soja para produção de óleo, farelos e casca de soja.

A empresa estima que o investimento poderá chegar a R$ 1,5 bilhão, mas o valor será formatado na etapa seguinte à assinatura do protocolo. A produção será destinada à indústria de rações, e o óleo será matéria-prima para fabricação de biodiesel. Quando alcançar  capacidade plena de operação, o consumo de soja será de 85 mil sacas por dia, em sua maioria de fornecedores paranaenses.

“Este importante investimento, além de impulsionar ainda mais a economia de Marialva e região, colocará o Paraná num lugar de maior destaque na produção de biodiesel. Estamos nos tornando referência no que se refere à sustentabilidade e energias limpas”, destacou o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “São mais empregos e renda para os paranaenses, respeitando o meio ambiente e promovendo o crescimento da nossa economia de forma sustentável”, completou. 

"A Be8 está contemplada no Paraná competitivo. O investimento é importante para o Paraná, para a cidade de Marialva, para a ampliação da operação que já é feita aqui com muito sucesso e terá grande impacto na arrecadação do município e na geração de empregos, que é nosso objetivo”, destacou Ricardo Barros, Secretário de Indústria e Comércio do Paraná.

“Com mais este anúncio, seguimos nossa estratégia de crescimento no Brasil, ampliando nossa estrutura na cadeia produtiva de biodiesel e de alimentos, cumprindo nosso papel de transformação positiva do cenário energético e fazendo entregas sustentáveis para as pessoas, os negócios e o planeta, gerando empregos e desenvolvimento para o país”, disse Erasmo Carlos Battistella, presidente da Be8.

O novo empreendimento fomentará a criação de, pelo menos, 100 empregos diretos e aproximadamente 2 mil indiretos, além da movimentação de cerca de 1,2 mil empregos que serão gerados a partir do início das obras e durar por um período de construção de, pelo menos, 24 meses.

Também foi assinado com a prefeitura de Marialva um protocolo de intenções sobre aspectos tributários municipais do investimento. "Marialva só tem a agradecer pela confiança da Be8 de se instalar e crescer aqui. Para nós é um grande orgulho", comentou o prefeito Victor Martini.

Demanda crescente de biodiesel

A posição estratégica da esmagadora no complexo de biodiesel já existente em Marialva é ideal para fornecer com mais matéria-prima (óleo de soja) a demanda crescente do mercado com o aumento da mistura de biodiesel definida em 12% (B12) desde abril de 2023 - e que deve chegar a B15 até 2026. A empresa acaba de ampliar pela sexta vez a capacidade instalada de produção do biocombustível na cidade, agora em 15,4%, elevando para 540 milhões de litros por ano. “O projeto da esmagadora já estava no planejamento da companhia há algum tempo e aceleramos os investimentos em função da retomada dos mandatos de mistura”, celebra Battistella. 
O município também tem uma localização privilegiada, por um lado, a logística favorável ao Porto de Paranaguá e, de outro, o abastecimento da região Centro Oeste, o que potencializa o destino do farelo para exportação e para o mercado nacional.

Estrutura

O projeto prevê a construção de uma estrutura física de 96 mil metros quadrados em área que abrigará armazéns graneleiros, planta de recebimento e beneficiamento de grãos de 20 mil toneladas por dia, considerando modais rodoviário e ferroviário, e a planta de processamento de 5 mil toneladas. A unidade já conta autorização do órgão ambiental para instalação, e o projeto está agora na fase de definição da tecnologia industrial que será empregada na produção. A expectativa é de que as obras se iniciem nos próximos seis meses. A esmagadora contará com sistema de tratamento de resíduos do beneficiamento de soja (proteinado), torres de resfriamento, parque de caldeira de biomassa, nova linha de transmissão e subestação de energia elétrica de 138kV, armazenagem e expedição de farelos de soja nos modais rodoviário e ferroviário, conectando a unidade ao porto de Paranaguá. 

Segundo estudo de impacto econômico realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a Be8 foi responsável por 44,41% do PIB de Marialva. A empresa contribuiu de forma direta ou indireta com um total de R$ 5,2 bilhões no acumulado entre 2010, quando a fábrica iniciou a produção, e 2020 (valores de 2020). No mesmo período, o aumento líquido na arrecadação com impostos foi de R$ 780 milhões. Em relação a empregos, a empresa contribuiu direta ou indiretamente com um total de 1,4 mil empregos adicionais no município em 2020. 

Be8

Fundada em 2005, a Be8 é uma empresa brasileira da Holding ECB Group. Atualmente, é a maior produtora de biodiesel do país e estabeleceu como meta se tornar carbono neutro até 2030. Em território nacional, conta com um escritório em São Paulo e, além de Marialva, tem outra unidade produtiva de biodiesel em Passo Fundo (RS) – onde também fica a sua sede. A empresa tem presença em outros dois países. Na Suíça, negocia e opera biocombustíveis de segunda geração com a produção de biodiesel a partir de óleo de cozinha usado (UCO, na sigla em inglês).

Na América do Sul, houve a compra do complexo La Paloma, no Paraguai, para o esmagamento de soja e a produção de biodiesel. Também em território paraguaio, continua o projeto Omega Green, que produzirá biocombustíveis avançados e atenderá a setores estratégicos, como o de aviação civil e a indústria química e petroquímica. Em 2022, foi anunciado o investimento em uma nova unidade em Passo Fundo, que será responsável pela maior produção de etanol em grande escala no Rio Grande do Sul. Quando a instalação for concluída, a unidade produzirá 220 milhões de litros de etanol (anidro ou hidratado) e 155 mil toneladas por ano de farelo para a cadeia de proteína animal. 


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