Bioma Pampa é ponto de partida para intensificação

Bioma Pampa é ponto de partida para intensificação

Região concentra eventos de capacitação e profissionalização de produtores para impulsionar a agropecuária na Metade Sul do RS

Thaise Teixeira

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Ampliar e diversificar o potencial produtivo do Bioma Pampa, tradicional região produtora de gado de corte, é um dos pontos-chave para intensificar e rentabilizar a agropecuária gaúcha. Além de potencial para a soja, os municípios também têm grandes possibilidades produtivas com o milho e com o trigo.“A Metade Sul já foi berço do cereal de 1930 a 1950, depois, perdeu protagonismo para região Norte”, lembra o presidente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no Rio Grande do Sul (Senar-RS), Eduardo Condorelli. 


O melhor aproveitamento produtivo da região, porém, está calcado na manutenção da atratividade das suas tradicionais atividades econômicas, como a pecuária de corte. “A valorização da terra e o aumento de todos os insumos faz com que haja a necessidade de um aumento significativo de resultado, tanto na agricultura quanto na pecuária”, diz.Conforme o dirigente, tanto o programa Duas Safras como os demais eventos do Senar-RS na região integram um esforço para impulsionar a agropecuária na Metade Sul do RS. “Estamos falando de quase 70% do território gaúcho que, até há pouco tempo, tinha sua economia calçada na pecuária de corte e na orizicultura”, destaca. 

Não por acaso, o município de Bagé recebe, nos próximos dias 21 e 22 de julho, 109ª Etapa do Fórum Permanente do Agronegócio. A programação contará com um dia de campo e com o 10º Seminário “Para onde vão os novilhos”, que ocorrerá no Parque de Exposições da Associação e Sindicato Rural de Bagé. De acordo com o técnico do departamento de Apoio Estratégico do Senar-RS, Pedro Rodrigues, as atividades mostrarão, na prática, como intensificar a pecuária em recria e engorda frente ao avanço da soja. Um dos principais temas abordados será o manejo nutricional do gado. “O tempo de abate está encurtando, mas, aqui no Estado, o processo avança muito lentamente, pois ainda temos muitos animais acima de 36 meses registrados nas inspetorias”, justifica.

Nos dias 2 e 3 de agosto, também em Bagé, ocorre o 9º Simpósio da Soja na Região da Campanha – Novas Fronteiras para Novas Respostas. Conforme o coordenador do evento, Felipe Dias, o encontro fomentará o cultivo, mas de forma a não renegar à pecuária as piores áreas. “Encaramos a região áreas não agricultáveis. Para isso, o simpósio tratará das peculiares condições naturais da região. “Usamos tecnologias que não servem ou as adaptamos. Também temos um veranico muito proeminente em janeiro e fevereiro, que gera um decréscimo de produtividade. Precisamos entender que nosso ambiente é um pouco diferente”, pontua. 

 


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