BRDE e Aguia Fertilizantes celebram parceria para produção de fosfato natural

BRDE e Aguia Fertilizantes celebram parceria para produção de fosfato natural

Investimento em Lavras do Sul, que poderá reduzir dependência de insumos importados, terá crédito de R$ 15 milhões

Patrícia Feiten

O diretor de Planejamento e de Operações do BRDE, Otomar Vivian (ao centro, de casaco preto e camisa branca), e o diretor da Aguia Fertilizantes, Fernando Tallarico (à direita, de óculos), assinaram parceria

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Com a meta de produzir até 300 mil toneladas de insumo por ano, o projeto Fosfato Três Estradas, liderado pela Aguia Fertilizantes, começa a sair do papel. Nesta quinta-feira (3), o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e a empresa formalizaram a aprovação de uma linha de crédito de R$ 15 milhões para possibilitar a implantação da unidade de extração de minério e produção de fosfato natural em Lavras do Sul. A assinatura do acordo ocorreu durante a programação do Universo Pecuária, feira de negócios que está sendo realizada pela primeira vez no parque do Sindicato Rural do município da Metade Sul do Estado.

Na segunda-feira, o projeto recebeu a licença de instalação (LI) da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura e da Fepam. Localizado no 2º distrito de Lavras do Sul, o empreendimento abrange uma área de 300 hectares, dos quais apenas 50 hectares serão destinados à mineração – o restante será transformado em área de preservação. A produção de fosfato natural não envolverá aditivos químicos e poderá gerar créditos de carbono, destacou o BRDE. “Trata-se de investimento que representa um novo momento para toda a cadeia do agro na Metade Sul, uma vez que a produção será destinada para o mercado local”, disse o diretor de Operações e de Planejamento do banco, Otomar Vivian.

A exploração da jazida é apontada pelos empreendedores como uma alternativa para reduzir a dependência de adubos importados. Segundo o diretor da Aguia Fertilizantes, Fernando Henrique Bucco Tallarico, o projeto poderá atender até 15% do mercado gaúcho e será a primeira unidade do Rio Grande do Sul a produzir fertilizante a partir de matéria-prima local. O executivo destacou ainda a característica sustentável da planta, que usará energia fotovoltaica (solar) e se baseia no conceito “0-0-0” – zero consumo de água, zero consumo energético e zero emissão de gases do efeito estufa.

De acordo com a Aguia, os trabalhos de pesquisa na região começaram em 2011, resultando na descoberta de um depósito mineral com recursos geológicos de 104 milhões de toneladas de minério com teor médio de 4% P2O5. Em 2019, o projeto recebeu a licença prévia (LP) dos órgãos ambientais. Para entrar em operação, porém, o empreendimento precisa aguardar ainda a emissão da licença de operação (LO). Estão previstos investimentos de R$ 35 milhões na primeira etapa do plano, estimada em 18 anos.


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