Busca por conhecimento marca abertura oficial da colheita do arroz em Capão do Leão

Busca por conhecimento marca abertura oficial da colheita do arroz em Capão do Leão

Caravanas de produtores de diversas cidades visitam as vitrines tecnológicas para conhecer as inovações

Cíntia Marchi

Vitrines tecnológicas apresentam inovações para as lavouras gaúchas

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A 29ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz teve início nesta manhã na Estação Experimental de Terras Baixas, da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão, zona Sul do Estado. Caravanas de produtores de diversas cidades visitam as vitrines tecnológicas para conhecer as inovações e tirar dúvidas a respeito do manejo e dos sistemas de integração. A busca por mais conhecimento acontece em meio a um cenário desafiador para o setor orizícola no Estado, que enfrenta altos custos de produção, preços baixos e perdas por conta das enchentes do início deste ano. 

Buscando proporcionar alternativas ao produtor, o evento tem nesta tarde um fórum técnico focado em diversificação de culturas. Enquanto isso, na prática, os produtores e trabalhadores do setor podem ver espaços demonstrativos integração com a pecuária e com a soja, grão que vem ampliando sua abrangência na região que até então era dominada pelo arroz. 

Para conhecer melhor as particularidades desta integração, é que oito trabalhadores de uma fazenda de Jaguarão circularam pelos espaços do evento. Um deles, José Roberto Cardoso Nunes, considerou importante conhecer as novidades em um ambiente que concentra muitas informações. “Geralmente, a gente tem acesso às novas tecnologias só quando elas chegam no campo e aqui dá pra ver tudo primeiro”, disse. Segundo ele, na propriedade onde trabalha, há plantação de arroz e pecuária há muitos anos e, desde 2014, iniciou-se também o cultivo de soja. 

Fabiano Andrade Machado, que produz arroz no Chuy, no lado uruguaio, também prestigia o primeiro dia da Abertura da Colheita do Arroz. Segundo ele, o importante é a troca de experiências e informações para fortalecer o setor. “Os produtores estão desmotivados, porque os custos são muito altos”. Machado afirma que, no Uruguai, os gastos com a lavoura arrozeira também são elevados. Diz que o diesel e o frete são mais caros que no Rio Grande do Sul e que as máquinas e agroquímicos equilibram com os preços brasileiros.


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