Cadeia da carne debate perspectivas para 2023

Cadeia da carne debate perspectivas para 2023

Encontro do Instituto Desenvolve Pecuária destacou alto custo de produção e necessidade de informações de mercado confiáveis

Correio do Povo

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Produtores, universidade e indústria reuniram-se na tarde desta sexta-feira (16) para debater os rumos da produção de gado de corte no Rio Grande do Sul em 2023. Realizado na Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), o evento foi organizado pelo Instituto Desenvolve Pecuária, com apoio do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (NESPro). Um dos temas debatidos foi o alto custo de produção do setor no Rio Grande do Sul.

O presidente do Instituto Desenvolve Pecuária, Luis Felipe Barros, avaliou com pessimismo o cenário para o próximo ano. “A nossa carne briga por preço, mas a gente não vai conseguir brigar para ter uma carne barata porque não temos comida barata”, disse. O presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Rio Grande do Sul (Sicardegs), Ladislau Böes, destacou que a carne gaúcha é muito bem aceita em todos os mercados, porém os consumidores estão fortemente em busca de preço acessível. Para o dirigente, as dificuldades e crises trazem oportunidades, mas, enquanto o custo de produção no Estado for alto, dificilmente produtores e indústrias verão rentabilidade. 

O professor Júlio Barcellos, coordenador do NESPro, apresentou dados da carta conjuntural elaborada trimestralmente pelo núcleo e destacou a importância de se conhecer essas informações para a tomada de decisões em 2023. “Todo o mercado interno do Rio Grande do Sul está sendo abastecido pelo Centro-Oeste e Norte brasileiros, então essa grande entrada de carnes é um sinal para a pecuária gaúcha de que ela precisa recuperar a sua competitividade e aumentar a sua produtividade, para que o custo de produção seja concorrente com essas carnes que vêm de fora” alertou.  

Também participante do evento, o diretor da Brasoja Corretora, Antônio Sartori, ressaltou a necessidade de os produtores de abastecerem de informações de qualidade e confiáveis. “Tenho um entendimento de que o agro é muito desinformado e, por causa disso, faz uma má comercialização”, disse.  


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