Carne suína amplia espaço na mesa dos consumidores

Carne suína amplia espaço na mesa dos consumidores

Porcaço evidencia alta no consumo da proteína, que está em 20,5 kg per capita, segundo a ABCS

Thaise Teixeira

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O Cais Embarcadero, em Porto Alegre, evidenciou, ontem, as mudanças no consumo brasileiro de carne suína, especialmente nos últimos dois anos, após a elevação dos preços da carne bovina no varejo. O cenário foi o ponto de partida para o Porcaço, evento gastronômico de assados e preparos suínos, que reuniu mais de 200 pessoas à beira do Guaíba.

Promovido pelo Frigorífico Santo André, de Taquara, e pela churrasqueira Clarice Chwartzmann, o encontro serviu 350 quilos de carne e embutidos, superando a expectativa dos organizadores. “Percebemos que este mercado tem um nível de especialização que nos permite ter uma carne suína com mais protagonismo no churrasco”, afirmou um dos diretores do abatedouro, Felipe Rebechi. 

Com o resultado, o evento deve se tornar itinerante e incentivar o consumo dos produtos no Estado. “O Porcaço serviu quem gosta de assado e quem veio experimentar outros preparos, como matambrito e costelinha defumada, exemplificou Rebechi. 

Segundo o diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber, a mudança de consumo também é evidente no varejo. “Vemos cortes especiais, como picanha, panceta, entrecôte, peças temperadas, em porções menores, que facilitam o preparo”, detalha. Com 65% da carcaça suína transformada em subprodutos pela indústria, Kerber ressalta, ainda, a alta no consumo da proteína além do churrasco. “O pessoal usa em pizzas, feijoadas, apresuntados, salsichas, etc”, diz. 

De acordo com a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), o consumo da proteína alcançou 20,5 quilos per capita em 2022. O índice, baseado no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é 49,63% maior que os 13,7 kg per capita de 2010. “Esse número representa um aumento de mais de 2 milhões de toneladas de carcaças suínas”, apontou a ABCS, em nota. 


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