Casos atípicos de “vaca louca” não precisarão mais ser comunicados à Organização de Saúde Animal

Casos atípicos de “vaca louca” não precisarão mais ser comunicados à Organização de Saúde Animal

Mudança é avaliada como positiva para o Brasil e poderá facilitar revisão de acordo com a China, maior importador de carne bovina brasileira

Patrícia Feiten

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O Brasil não precisará mais notificar à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) casos atípicos da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como “mal da vaca louca”. A decisão foi confirmada pelo Ministério da Agricultura, que participou, na semana passada, da 90ª Assembleia Mundial de Delegados da OMSA em Paris, na França. De acordo com a pasta, a poderá favorecer futuras discussões técnicas de revisão de protocolo com países importadores de carne bovina.

Um dos impactos mais positivos é esperado na relação comercial com a China, principal destino dos embarques de proteína bovina brasileira. Por conta da ocorrência de um caso da doença no Pará em fevereiro deste ano, o Brasil suspendeu voluntariamente, por um mês, as exportações para o país asiático, respeitando as regras do acordo entre as duas nações. O presidente do Instituto Desenvolve Pecuária, Luís Felipe Barros, explica que protocolo vigente foi elaborado em 2015. “Já notificamos aproximadamente 13 casos atípicos (desde então) e, toda vez que existe essa notificação, a China suspende (na prática) as importações”, diz.

Segundo Barros, atualmente o Brasil é classificado como um país de baixo para casos típicos de mal da vaca loura. A liberação dos embarques, quando ocorre uma suspensão, pode levar meses, o que prejudica a organização da cadeia produtiva. “Essa decisão nos dá mais subsídios para pleitear a modificação do protocolo com a China e, assim, não ter essa instabilidade toda vez que surge do Brasil um caso atípico”, avalia o dirigente. “A China responde por aproximadamente 60% das exportações de carne brasileira, então é um profundo impacto no mercado da carne do Brasil, consequentemente vai impactar nos preços.”


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