Cerealistas avaliam nova linha como insuficiente

Cerealistas avaliam nova linha como insuficiente

BNDES vai financiar construção e ampliação de armazéns, mas recursos disponibilizados não cobrem a demanda reprimida, segundo Acergs

Nereida Vergara

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A criação, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de uma modalidade de financiamento específica para construção e ampliação de estruturas de armazenagem pelas empresas cerealistas é considerada positiva pelo presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul (Acergs), Roges Pagnussat, mas a disponibilidade de recursos é vista como insuficiente.

A linha anunciada pelo BNDES se divide em duas possibilidades: a contratação de crédito com juros prefixados de 6% dentro do montante de R$ 200 milhões (previsto e depois retirado do Plano Safra 2020/2021) e o financiamento sem limite com recursos livres do banco e taxa pós-fixada.

Pagnusat estima que R$ 200 milhões para todo o país correspondem a cerca de 15 armazéns de capacidade média com as tecnologias necessárias ao controle dos depósitos. “É uma taxa de juros interessante para quem conseguir solicitar, mas para a necessidade que temos de ampliação no Brasil é pouco”, comenta. O dirigente salienta, porém, que o estabelecimento de um modelo alternativo de contratação, com os juros pós-fixados e sem limite de recursos, é uma possibilidade que as empresas poderão estudar conforme a situação individual de cada uma.

O presidente da Acergs diz ainda que, hoje, as 56 empresas cerealistas (e suas filiais) associadas à entidade têm uma capacidade estática para armazenar 3,7 milhões de toneladas de grãos, que precisaria ser ampliada em pelo menos 30%. Pelas cerealistas, complementa Pagnusat, passa em torno de 50% do volume da soja colhida no Rio Grande do Sul.


Correio do Povo
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