China deve reconhecer status de zona livre de febre aftosa sem vacinação do Rio Grande do Sul

China deve reconhecer status de zona livre de febre aftosa sem vacinação do Rio Grande do Sul

Expectativa foi levantada nesta quinta-feira pelo secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Ernani Polo, considerando a presença do presidente Lula no país asiático e a possibilidade de assinatura de documento que confirma a aceitação do status entre os governos chinês e brasileiro

Nereida Vergara

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Com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na China, durante esta semana, o Rio Grande do Sul deve ter confirmado o reconhecimento de seu status de zona livre de febre aftosa sem vacinação pelo país asiático. Nesta quinta-feira, em apresentação sobre os resultados da missão gaúcha à China, o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Ernani Polo, reforçou que o reconhecimento depende apenas da assinatura de um documento entre os governos brasileiro e chinês, que estava prevista para ocorrer no final de março, quando da missão realizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Na ocasião, o presidente Lula não pode estar presente em razão de problemas de saúde.

O Rio Grande do Sul tem o status de zona livre de febre aftosa sem vacinação desde maio de 2021, com a chancela da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Mesmo assim, como cada país tem sistemas sanitários diferentes e é necessário o reconhecimento específico do status. Até o momento, a China considera somente o estado de Santa Catarina como livre de febre aftosa sem vacinação. Segundo Polo, a partir do momento em que a certificação do Estado for aceita pelas autoridades chinesas, será aberto o mercado para a suinocultura gaúcha exportar carne com osso e miúdos suínos, alguns dos quais hoje não tem serventia no mercado nacional, como as patas do animal. "Por este produto a China chega a pagar 4 mil dólares a tonelada, e aqui vai para a graxaria", comentou.

O secretário ressaltou ainda os avanços obtidos pela delegação gaúcha em negociações com as autoridades chinesas do segmento de habilitação de frigoríficos, entre eles o protocolo que prevê capacitação das empresas gaúchas para atendimento das exigências daquele mercado. "Antes se trilhava um longo caminho até ter informações sobre essas exigências, que com este protocolo ficará mais curto", complementou.

O diretor de Promoção Comercial e Assuntos Internacionais da secretaria, Evaldo da Silva Junior, que retornou da China na semana passada, salientou que nos contatos com autoridades e empresas chinesas, o foco foi abrir mais mercados para a carne bovina do Rio Grande do Sul, uma vez que a criação de gado de corte não é significativa no país asiático. Outro produto genuinamente gaúcho que entrou na pauta foi a noz pecã, fruta pela qual a China responde por um terço das exportações mundiais e o Estado é o maior produtor brasileiro.


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