Cigarrinha causa prejuízos a lavouras de milho no Sul

Cigarrinha causa prejuízos a lavouras de milho no Sul

Dos três estados da região, só o Rio Grande do Sul ainda não contabilizou perdas, mas já há notificações da presença do inseto em 106 municípios

Carolina Pastl*

Inseto é vetor de doenças da planta

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A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) emitiu uma nota com orientações aos agricultores para evitar o surgimento de cigarrinhas nas lavouras de milho, ontem. Eliminar plantas espontâneas na entressafra, evitar semeadura sucessiva na mesma área e diminuir as perdas de grãos durante a colheita são algumas das instruções.

O motivo da publicação se deve ao cenário que vive a região Sul do país, com casos concretos de enfezamento (doença causada pelo inseto que faz a planta perder produtividade) no Paraná e Santa Catarina e ameaças no Rio Grande do Sul.

Estimativa da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc) indica que a quebra da safra pode chegar a 45%. Com isso, a colheita não deve passar de 1,5 milhão de toneladas. No caso paranaense, a perda esperada é de 20 sacas por hectare, segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab). A previsão inicial era colher 16,6 milhões de toneladas. O cálculo dos dois estados também considera as perdas provocadas pela estiagem.

No Rio Grande do Sul ainda não foram computados prejuízos. Ainda assim, até o momento, 106 municípios observaram a incidência do inseto, de acordo com a Seapdr.

Pela observação dos técnicos, a crescente presença da cigarrinha no Sul (antes era vista somente em regiões mais quentes) deve-se à ampliação do cultivo e às condições climáticas. “Com a maior janela de plantio e a estiagem do ano passado, se criou condições para que as cigarrinhas se proliferassem”, observa o vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri.

O inseto é vetor de doenças provocadas por vírus e bactérias, que, ao contaminarem, afetam desenvolvimento e a nutrição da plantas e, em consequência, a produção de grãos. Também não há controle químico 100% eficaz para a praga.

*Sob supervisão de Elder Ogliari


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895