Clima chuvoso pressiona para cima preços de hortigranjeiros comercializados pela Ceasa/RS

Clima chuvoso pressiona para cima preços de hortigranjeiros comercializados pela Ceasa/RS

Quinze entre 35 produtos analisados semanalmente sofreram aumentos que chegaram a até 100%

Correio do Povo

Perdas decorrentes do clima e aumento da demanda impactaram negócios

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Os preços de 15 entre 35 hortigranjeiros analisados semanalmente pela gerência técnica da Centrais de Abastecimento (Ceasa/RS) aumentaram na semana entre 27 de setembro e 3 de outubro. O exame apontou que outros 15 produtos tiveram estabilidade e cinco apresentaram queda. O incremento nos valores se deu em função, principalmente, pela redução da oferta, causada pelas adversidades climáticas decorrentes do fenômeno El Niño, e pelo aumento da demanda, pois o período da análise coincidiu com a época de pagamento de salários da população. 

Conforme a Ceasa, as culturas de alface, couve e agrião foram muito afetadas pelas fortes chuvas e granizo que atingiram o Estado do Rio Grande Sul e tiveram elevação de preços acima dos 25% pela segunda semana consecutiva. A tendência é de que a demanda deve continuar aquecida em função do recebimento dos salários até o 5º dia útil do mês, podendo influenciar em aumento ainda maior.

Seis produtos se destacaram em alta 

ALFACE (100%)

  • O pé passou de R$ 1,25 para R$ 2,50. Foi um dos cultivos mais afetados pelo clima no Estado e teve a oferta na Ceasa muito abaixo do normal para o período. Também houve prejuízos na cultura pelo excesso de chuva, o que aumenta a pressão de doenças, elevando as perdas pela ação de fungos e bactérias. 

COUVE (33,6%)

  • O molho saltou de R$ 1,25 para R$ 1,67. Assim como a alface, teve redução na produção pela ação direta das intempéries e pelo aumento da pressão de doenças em que a cultura apresenta sensibilidade.

ESPINAFRE (49,7%)

  • O molho aumentou de R$ 1,67 para R$ 2,50. A produção gaúcha também sofre com o excesso de chuvas, baixa luminosidade e alta umidade. O contexto contribuiu para baixa produtividade e redução da oferta, acarretando na elevação dos preços. 

AGRIÃO (33,6%)

  • O molho subiu de R$ 1,25 para R$ 1,67. Por ser uma planta muito responsiva à luminosidade, sofreu com a falta de sol e também pela ação de enxurradas que atingiram cultivos, reduzindo a oferta. 

VAGEM (25%)

  • O quilo aumentou de R$ 8 para R$ 10. O produto vendido na Ceasa/RS nessa época do ano vem, na maioria, de cultivos da região Sudeste do país, havendo pouca vagem gaúcha produzida em ambiente protegido. O Sudeste sofreu com ondas de calor, ocasionando o abortamento de flores e vagens, reduzindo a oferta. 

BATATA INGLESA (70%)

  • O quilo subiu de R$ 2,00 para R$ 3,40. Nesta époica do ano, o abastecimento é feito pela região Sudeste do país, afetada por ondas de calor, aumentando a ocorrência de desordens fisiológicas e ataques de pragas, reduzindo a oferta. Além disso, o ponto alto da safra já passou, e os preços vão se restabelecendo em um valor mais elevado. 


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895