Clima e preços desafiam tomada de crédito na safra 2023/2024

Clima e preços desafiam tomada de crédito na safra 2023/2024

No Show Rural Coopavel, Cresol divulga meta de financiar R$ 15 bilhões frente a incertezas climáticas e a oscilações de mercado

Itamar Pelizzaro

Cledir Magri (E) e Alzimiro Thomé destacaram importância do relacionamento com os associados

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Os fatores climáticos e as oscilações nos preços das commodities se configuram como os grandes desafios para a tomada de crédito na safra 2023/2024, disse, ontem, o diretor presidente da Cresol Confederação, Cledir Magri, durante o Show Rural Coopavel. De acordo com o dirigente, ambas as preocupações tendem, inclusive, a retrair a procura por crédito rural. “A execução do Plano Safra 2023/2024 enfrenta um combo de desafios”, comentou Magri. O cooperativista lembrou que aspectos sazonais impactam em diferentes estados e citou dois exemplos: o retardamento das janelas de plantio de grãos no Sul devido ao excesso de chuvas e a estiagem no Centro-Oeste. “Temos leitura e convicção de que a agricultura é a grande indústria brasileira, por tudo que está envolvido”, disse Magri.

A Cresol é um dos maiores operadores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A cooperativa encerrou o ano de 2023 com 99.643 contratos aprovados — 18% a mais que em 2022. Os repasses em diferentes linhas de crédito somaram mais de R$ 5,4 bilhões, sendo R$ 5 bilhões somente para o segmento agropecuário, com 90.826 contratos. No ano passado, cooperativa anotou aumento de cerca de 30% no volume financeiro aplicado.

Com representatividade de 900 agências em 19 estados e 9 mil colaboradores, a cooperativa mantém uma força-tarefa para operacionalizar a meta de aplicar R$ 15 bilhões em crédito no Plano Safra 2023/24(R$ 10 bilhões para custeio e R$ 5 bilhões para investimentos). A Cresol já cumpriu cerca de 60% do volume projetado e acredita que executará o valor total nos próximos cinco meses.

Conforme Magri, a Cresol participa do Show Rural Coopavel para reafirmar e fortalecer sua relação com o setor, especialmente com a agricultura familiar, que responde por 50% da carteira da cooperativa de crédito. “No ano passado, tivemos montante protocolado na casa de R$ 270 milhões. A estimativa para esta feira é que possamos ter um acréscimo na casa de 25% a 30% no volume de negócios”, projetou Magri.

O plano de expansão da Cresol é incluir mais de 100 mil sócios para alcançar o objetivo de 1 milhão de cooperados ainda neste ano. Até o mês de novembro de 2023, eram 886 mil associados. Para fortalecer sua posição de referência no mercado, a cooperativa aposta em manter relacionamento com o associado. “O tema principal é sempre olhar o cooperado”, afirmou o conselheiro da Cresol Confederação e presidente da Cresol Baser, Alzimiro Thomé.

Em sua estratégia de expansão no Brasil, a Cresol chegou aos estados do Pará e do Maranhão no ano passado, consolidando sua presença em 3.152 municípios. O objetivo também é se fortalecer em estados onde já atua, como na região Sul do Brasil e em estados como São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Até 2025, a meta é ultrapassar as mil unidades de atendimento. Os estados do Amapá e Tocantins devem ser os próximos a receber agências físicas.


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