Colheita confirma altas perdas na safra do milho

Colheita confirma altas perdas na safra do milho

À medida que as máquinas avançam, agricultores constatam que efeitos da estiagem impedirão produção de passar de 3 milhões de toneladas

Nereida Vergara

Em Carazinho e região, produtividade média não passou de 30 sacos por hectare

publicidade

A colheita de milho do ciclo 2021/2022 deve ser a pior dos últimos 10 anos no Rio Grande do Sul, prevê o vice-presidente da Farsul, Elmar Konrad. Levantamento divulgado pela Emater/RS-Ascar na semana passada indica que 68% da área plantada, de 801 mil hectares, já foi colhida, confirmando queda de 53% na produtividade estimada inicialmente, o que equivale a um resultado de 3,41 toneladas por hectare e um total de 2,7 milhões de toneladas, ante a expectativa de 6,1 milhões de toneladas. 

“Será a primeira vez desde 2011 que vamos colher menos de 3 milhões de toneladas”, calcula Konrad. O dirigente ressalta que o pouco milho que ainda está em desenvolvimento deve ter fraco rendimento e servir apenas para complementar a silagem.

Conforme a Emater, a melhoria das condições ambientais no mês de março tem favorecido parte dos cultivos que estão em estágios vegetativo, de florescimento e enchimento de grãos, que somam 15% da área total. O milho maduro, entretanto, não teve influência da umidade deste mês.

O presidente do Sindicato Rural de Carazinho, Paulo Vargas, reconhece que, na região, as perdas são muito superiores à média apurada pela Emater. Segundo ele, o município já encerrou a colheita e obteve cerca de 30 sacos por hectare nas lavouras de sequeiro, onde se esperava de 150 a 160 sacos por hectare.

“Até o milho irrigado teve perdas aqui, por conta das altas temperaturas de janeiro, que provocaram a evaporação da água”, constata Vargas. Nas áreas irrigadas em Carazinho, diz ele, a expectativa por hectare era de até 230 sacos e a realidade se consolidou entre 180 e 200 sacos.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895