Colheita da soja ganha impulso no Rio Grande do Sul

Colheita da soja ganha impulso no Rio Grande do Sul

Demanda por vistorias relacionadas a Proagro, que chegou à média de 300 pedidos por dia, já começa a diminuir, segundo Emater/RS-Ascar

Patrícia Feiten

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A colheita da soja já ultrapassa 30% da área total cultivada com a oleaginosa no Rio Grande do Sul no ciclo 2022/2023, de 6,5 milhões de hectares, e deve ganhar impulso na próxima semana, de acordo com a Emater/RS-Ascar. Em razão da estiagem, o desempenho da cultura vem se mostrando muito variável entre as regiões produtoras, destaca o Informe Conjuntural da empresa divulgado nesta quinta-feira (13). A produtividade média é projetada em 2.175 quilos de grãos por hectare. Mais prejudicadas pela crise hídrica, as lavouras situadas na parte oeste do Estado poderão registrar resultados ainda mais baixos, caso as perdas não sejam compensadas pelo rendimento das cultivares de ciclo mais tardio.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, uma das mais impactadas pela seca, a colheita da soja evoluiu para 39% e a produtividade média é 1.152 quilos por hectare. Na de Bagé, onde grande parte das lavouras foi implantada apenas a partir de novembro, 17% da área foi colhida. Com apenas 5% dos trabalhos no campo concluídos, o município de Alegrete, na Fronteira Oeste, tem quebra de safra calculada em mais de 60%. Em São Borja, na mesma região, os agricultores já colheram 20% das lavouras e muitas apresentam rendimentos pouco acima de 300 quilos por hectare. Na região administrativa de Ijuí, os prejuízos são mais acentuados no Alto Jacuí, com perdas de produção estimadas em 50% até o momento.

De acordo com a Emater, a estiagem desencadeou uma grande demanda de produtores por cobertura de seguros agrícolas. Da última semana de março até o início desta semana, a empresa vinha recebendo dos agentes financeiros, em média, 300 solicitações por dia para vistorias de Proagro, a maior parte concentrada no oeste gaúcho. O número de pedidos, no entanto, já vem caindo, observa o assessor da Diretoria Técnica e responsável pelo setor de crédito rural da Emater, Célio Colle. “Acho que já batemos no teto, pois a área já está pronta para a colheita”, explica Colle, destacando que 51% da área plantada com soja no Estado se encontra em fase de maturação de grãos.

Segundo Colle, em média, o Rio Grande do Sul registra em média 135 mil contratos de seguro agrícola por ano, sendo 55 mil para lavouras de soja. No caso da oleaginosa, Colle estima que apenas 40% da área total de plantio tenha cobertura de seguro ou Proagro.


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