Colheitas da maçã e da uva contam com mais safristas

Colheitas da maçã e da uva contam com mais safristas

Fetar estima 16 mil contratações nos pomares e parreirais graças à previsão de aumento do volume de produção das duas frutas

Nereida Vergara

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A Federação dos Trabalhadores Assalariados Rurais do Rio Grande do Sul (Fetar) estima que tenham sido contratados oficialmente para as safras da uva e da maçã de 2021 em torno de 16 mil prestadores de serviços temporários, 10% mais do que no ano passado. De acordo com o segundo secretário e coordenador do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalhador da entidade, Sérgio Poletto, o maior contingente, de 12 mil empregados para a colheita, está nos Campos de Cima da Serra, onde se concentra o cultivo da maçã. Outros 4 mil estão sendo utilizados no recolhimento da uva, na Região de Caxias. Poletto, reconhece que no caso da uva o número de trabalhadores pode ser bem maior, pois, com a flexibilização das leis, há propriedades contratando por dia, sem o registro em carteira. “Por isso é muito difícil quantificar o número total”, diz.

O dirigente não atrela o aumento na contratação de safristas à pandemia e sim ao potencial de produção das duas frutas neste ano. Ele garante que até o momento a federação não recebeu denúncias de desrespeito às normas sanitárias de prevenção ao Covid-19. “Mesmo na maçã, que é uma colheita que se estende de fevereiro a abril e mobiliza trabalhadores de todo o país, as empresas estão respeitando o disposto no Decreto 06/2021, da Prefeitura de Vacaria, o qual estabelece todos os protocolos a serem seguidos”, afirma. O decreto, publicado em janeiro, dispõe sobre questões como o distanciamento nos refeitórios e alojamentos, uso de máscaras e álcool em gel e normas de transporte dos trabalhadores até os pomares.

Jarbas Fagundes, da empresa Via Rural, que há dois anos intermedeia a contratação de safristas de verão para a Serra, afirma que neste ano a tarefa foi mais trabalhosa. Segundo Fagundes, responsável pela colocação de 250 trabalhadores na colheita da uva, foi preciso um esforço extra para conscientizar os contratados da necessidade do uso de máscara e álcool gel. “Também há locais onde o próprio produtor desacredita os protocolos, o que fez com que nós tivéssemos de reforçar a nossa vigilância”, complementa.
O empresário destaca ainda que o safrista tem um salário base de R$ 1.340,00, ao qual são agregados os direitos trabalhistas e é por isso que muitas propriedades optam pelo diarista.


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