Com segundo leilão suspenso, Cotrijuí recorre a moratória para frear credores
Cooperativa decretou moratória impedindo a realização de leilões e a possibilidade de contrair novas dívidas por pelo menos um ano
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O processo foi julgado no Rio em função de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ter ajuizado ação na Justiça fluminense. O BNDES previa reaver cerca de R$ 65 milhões com os bens leiloados da Cotrijuí. A liminar suspendeu o leilão de parte da sede, com mais de 30 mil metros quadrados, em Ijuí. O advogado de defesa, Cláudio Lamachia, destacou que a moratória impede a realização de leilões patrimoniais para quitação de dividas pendentes.
Com a decisão, a Cotrijuí também fica impedida de contrair novas dividas por um prazo que pode variar de um a dois anos. O BNDES tentou invalidar a decisão dos cooperados ao alegar que 10% dos 20 mil associados não votaram na assembleia. A lei das cooperativas estabelece, porém, que apenas os associados aptos podem votar (aqueles que entregaram safra nos últimos dois anos), totalizando dois mil. Durante assembleia, mil associados votaram pela moratória.
A defesa adiantou que a mesma sustentação vai ser usada caso os demais credores tentem buscar recursos para leiloar os bens da Cotrijuí. A dívida da empresa soma mais de R$ 1,2 bilhão com bancos multinacionais e credores. No início do mês, o jurídico da Cooperativa já tinha havia suspenso um leilão de bens da unidade de Chiapetta.