Conab admite redução de 30% na colheita do milho

Conab admite redução de 30% na colheita do milho

Levantamento mensal indica que colheita do Rio Grande do Sul cairá de 4,39 milhões de toneladas no ciclo 2020/2021 para 3,06 milhões no atual

Nereida Vergara

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para menos a projeção da safra de milho do Rio Grande do Sul em seu 4º Levantamento da Safra 2021/2022, divulgado nesta terça-feira. Em vez das 5,94 milhões de toneladas estimadas no boletim anterior, de dezembro, os gaúchos devem colher menos de 3,06 milhões de toneladas, volume 30,3% inferior ao da colheita do ciclo 2020/2021, que foi de 4,39 milhões de toneladas.

A expectativa murchou e tende a piorar no ritmo da estiagem que assola o Estado. O levantamento retrata a situação da segunda quinzena de dezembro, quando os técnicos foram a campo coletar os dados. Por isso, a projeção para a soja, que já sofre perdas, segundo entidades ligadas à cultura, ainda permanece sendo de 21,2 milhões de toneladas no levantamento da Conab. No caso do arroz, a perda estimada pela companhia estatal na pesquisa atual é de 2,3% sobre a produção de 2020/2021, de 8,2 milhões de toneladas.

O superintendente regional da Conab, Carlos Roberto Bestetti, reconhece que se a pesquisa da companhia ocorresse nesta semana os números seriam muito diferentes. Segundo ele, até o mês passado, os prejuízos nas lavouras de grãos estavam mais concentrados na região Noroeste do Estado, mas agora se estendem a todas as regiões. “Estamos vivendo dias que se assemelham a um secador a céu aberto, com temperaturas de 50°C ao Sol, por até 14 horas diárias. O clima está torrando tudo”, comenta. Bestetti chama a atenção para a expectativa de perdas na produção do arroz. A cultura costuma ser mais preservada nas estiagens porque é irrigada, mas neste verão está padecendo em razão do baixo nível de água dos mananciais que as servem.

Nacional

No panorama nacional, a Conab prevê um aumento de 12,5% na safra de grãos 2021/2022, para 284,4 milhões de toneladas, 32 milhões de toneladas a mais que o volume do ciclo passado, apesar das perdas que as lavouras vão sofrer nas regiões Sul e Mato Grosso do Sul. O diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sérgio De Zen, informa que são as expectativas de produção na região Centro Oeste que ainda seguram a projeção inicial da companhia.


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