Conab revisa projeção da colheita de trigo para baixo

A safra gaúcha de trigo deverá ser melhor que a do ano passado, mas não tão boa quanto se esperava inicialmente, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em levantamento divulgado ontem, o órgão calcula uma produção de 3,549 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul, o que representa um acréscimo de 57% em relação à colheita de 2020. No levantamento anterior, divulgado em outubro, a estimativa era de um volume de 3,781 milhões de toneladas.

A produtividade estimada por hectare caiu de 3,3 mil quilos na projeção que a Conab fez no mês passado para 3,1 mil quilos na atual. Segundo o superintendente da Conab no Rio Grande do Sul, Carlos Roberto Bestetti, a falta de chuvas prejudicou a fase de enchimento de grãos, impactando no volume produzido. No entanto, os números ainda podem variar, já que no momento do levantamento o percentual de lavouras colhidas no Estado era de 50%. As perdas observadas até o momento são consideradas irreversíveis. “A expectativa era de colher muito mais devido ao material genético e ao aumento de área, só que o clima não ajudou”, explica Bestetti. Além da geada e do frio, o tempo seco em muitos momentos prejudicou o desenvolvimento da cultura.

Quanto aos cultivos de verão, a área de cultivo do milho no Rio Grande do Sul foi revisada, passando de 801,7 mil hectares no levantamento anterior para 823,3 mil hectares no atual. A produção estimada é de 5,882 milhões de toneladas, um acréscimo de 34% em relação à safra anterior, que sofreu perdas por déficit hídrico. Bestetti acredita que, se a chuva prevista para os próximos dias se confirmar, as lavouras devem atingir boa produtividade. A estimativa para a soja permaneceu inalterada em relação ao último levantamento, com uma produção calculada em 21 milhões de toneladas, 1,2% mais do que no ciclo 2020/2021.

Já a estimativa para o país é de uma safra de 289,8 milhões de toneladas de grãos, 14,7% superior à anterior. Para a soja, a produção estimada é de 142 milhões de toneladas, o que, se confirmado, vai manter o país como o maior produtor e exportador mundial. O volume total da produção do milho deve chegar a 116,7 milhões de toneladas.