Conseleite indica valor de referência de R$ 2,1592 para leite em janeiro

Conseleite indica valor de referência de R$ 2,1592 para leite em janeiro

Perdas na produção de milho silagem causadas pela seca e concorrência com lácteos importados preocupam setor

Patricia Feiten

publicidade

O preço de referência do leite no Rio Grande do Sul foi projetado em R$ 2,1592 o litro em janeiro. Divulgado nesta terça-feira (24) pelo Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado (Conseleite-RS), o indicador é 1,9% inferior ao consolidado em dezembro de 2022 (R$ 2,2010). Na reunião, o secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios (Sindilat-RS), Darlan Palharini, foi nomeado para assumir a coordenação do conselho a partir de fevereiro, conforme previsto no regimento do colegiado, que determina alternância de cargos entre produtores e indústrias. O atual coordenador, Eugênio Zanetti, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), passa a exercer a vice-coordenação.

Palharini, que conduziu a reunião, destacou o “dificílimo” momento para pecuaristas e empresas. “O que nos preocupa agora é como o mercado irá reagir a mais um ano de estiagem com falta de alimentação para os animais no campo”, diz. Segundo o executivo, o cenário é agravado pela concorrência dos produtos lácteos importados da Argentina e do Uruguai, países que concedem subsídios aos tambos e, por isso, conseguem oferecer preços mais competitivos. “O setor não tem mais onde ceder. Com esses novos aumentos de custo, parte vai acabar sendo repassada ao consumidor”, afirma Palharini, cobrando medidas de apoio do setor público.

Para o engenheiro agrônomo da Fetag-RS, Kaliton Prestes, que representou a entidade do encontro, o cenário estimula os produtores a desistir da atividade, uma vez que a estiagem assolou as lavouras de milho silagem. “É urgente uma ação do governo do Estado no suprimento de grãos para a alimentação animal e de fornecimento de água através de caminhões-pipa para as comunidades”, destaca Prestes. Os pecuaristas também pedem ao governo federal a prorrogação das dívidas de financiamentos rurais e uma linha de crédito emergencial para a reestruturação produtiva das propriedades. Segundo Prestes, lideranças da Fetag-RS deverão viajar a Brasília na próxima semana para se reunir com representantes dos Ministérios da Agricultura e Desenvolvimento Agrário.

Na reunião do Conseleite, o gerente técnico adjunto da Emater, Jaime Ries, apresentou um levantamento da empresa sobre a quebra na produção de silagem no Rio Grande do Sul. A perda média é de 33%, mas, em alguns municípios, o prejuízo passa de 50%, informou Ries.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895