Conseleite inicia revisão de custos

Conseleite inicia revisão de custos

Entidades que defendem produtor cobram o cumprimento de lei sobre divulgação do preço

Nereida Vergara

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O preço de referência do leite a ser pago ao produtor continua sendo calculado pela Universidade de Passo Fundo (UPF), mas não voltará a ser divulgado até que sejam corrigidos os problemas de metodologia e calendário que geraram discordâncias entre os representantes da indústria e dos produtores no Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite/ RS). Ontem, em caráter extraordinário, o conselho se reuniu para discutir o processo de trabalho que irá atualizar a base dos custos de produção utilizada na composição do preço referência, principal reivindicação das entidades representantes dos produtores.

As entidades, que se abstiveram da presença na última reunião do Conseleite, no dia 23 de novembro, argumentam que o preço de referência diverge do praticado no campo, uma vez que a base de custos usada no cálculo é de 2019. O último valor de referência, divulgado em outubro, foi de R$ 1,6463, cerca de R$ 0,25 a menos do que é pago pela indústria, segundo a Fetag. Por esta razão, o conselho decidiu antecipar a revisão da base de cálculo, que ocorreria apenas em janeiro do ano que vem. O vice-coordenador do Conseleite, Rodrigo Rizzo, afirma que a reunião foi positiva e que a câmara técnica do órgão – formada por Farsul, Fetag e as cooperativas Santa Clara e CCGL, sob a presidência da UPF – deve iniciar o planejamento do trabalho de revisão ainda nesta semana. Rizzo também destacou que os produtores de leite esperam pelo estabelecimento de uma nova data para a divulgação do preço.

O vice-presidente da Fetag, Eugênio Zanetti, alega que a Lei Federal 12.669/2012 estabelece que a indústria divulgue o preço a ser pago ao produtor até o dia 25 do mês anterior à data de entrega do produto, o que, afirma, nunca foi respeitado pelos laticínios. “Vamos exigir o cumprimento desta lei e a revisão dos custos. Só com estas mudanças voltaremos às reuniões”, disse.

O secretário executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini, garante que as empresas têm conhecimento da lei desde a sua publicação, sendo que a maioria divulga esses dados em seus perfis institucionais. “Só que cada empresa determina seus padrões mínimos de qualidade, que não podem ser inferiores ao que determinam a INs 76 e 77, além de outras bonificações que são negociações direto com o produtor, como índice de gordura e proteína”, esclarece.


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